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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Dízimo é coisa do passado ( 2 )?


Por. Geraldo Carneiro Filho 

O que é Dízimo?

- É a décima parte da renda, consagrada ao Senhor.
- Muitas das nações da Antiguidade tinham procedimento semelhante em relação aos seus deuses e governantes.

- Aparece na Bíblia como prática dos patriarcas mesmo antes de ser instituído como lei em Israel; Abraão deu o dízimo a Melquisedeque (Gn.14:20) e Jacó também fez votos de dar a Deus o dízimo de tudo o que o Senhor lhe concedesse (Gn.28:22).
- Portanto, o dízimo não "nasceu" como uma ordenança e sim como um ato espontâneo, que depois foi instituído como lei. Ele está presente bem antes de nossa existência e da própria igreja.

- O dízimo não é mera obrigatoriedade, mas um ato oriundo da fé nas promessas de Deus.
- O dízimo é o meio pelo qual a Igreja tem aqui na terra para realizar a evangelização, enviar missionários, manter os seus obreiros, cuidas da assistência social, construir templos com infra-estrutura para abrigar o povo e suprir o dia-a-dia da administração. O DÍZIMO É PARA ISTO; NÃO TEM OUTRA FINALIDADE!


NA DISCUSSÃO DESTE ASSUNTO, VEJAMOS DUAS IMPORTANTES QUESTÕES:

1) O DÍZIMO É CONTRIBUIÇÃO PERFEITAMENTE CRISTÃ - Mt 23:23 - A prática do dízimo entre os contemporâneos de Jesus tornou-se legalista e ostentatória de falsa espiritualidade. Os escribas e fariseus cumpriam esta determinação para serem vistos e honrados pelos homens e não como fruto sincero de corações agradecidos. Era apenas aparência; nada mais. Todo o texto de Mt 23 enfatiza este lado da arrogância, da falsa religiosidade, onde a hipocrisia se reveste de justiça para tornar-se a glória de corações iníquos e apodrecidos. Alguns podem pensar, à primeira vista, que Jesus estivesse condenando o dízimo. Porém, uma leitura mais acurada do texto revela que ele estava reprovando a motivação errada. O que Jesus fez foi reforçar o conceito de que o dízimo, antes de ser mera obrigatoriedade, para aparentar justiça, é um ato de fé que produz obediência voluntária aos mandamentos da Palavra de Deus.

2) O DÍZIMO TEM DE SATISFAZER A TRÊS REQUISITOS:
A) TEM DE SER VOLUNTÁRIO - II Cor 9:7 - Não há diferença entre a prática do dízimo e das ofertas. Se todos os crentes dessem o dízimo, não haveria necessidade de a Igreja local lançar mão de campanhas financeiras para a execução de sua tarefa. 

B) TEM DE SER METÓDICO e PROPORCIONAL AOS RENDIMENTOS - I Cor 16:2 - Duas coisas aparecem no texto: (1) As contribuições eram feitas no primeiro dia da semana (domingo); e (2) Era proporcionalmente à prosperidade de cada um, ou seja, quando se dá 10% isto indica que é proporcional. Assim, a voluntariedade da contribuição A SEU MODO, está errado!

C) O VALOR DO DÍZIMO, SE NÃO FOR IGUAL A 10%, TEM DE SER SUPERIOR – A minha orientação para os membros da Igreja é: Caso o valor do dízimo seja inferior a 10%, dê apenas como oferta e não como dízimo. Caso seja superior, separe o valor dos 10% e dê como dízimo; a diferença para mais, dê como oferta.
NÃO BASTA, PORTANTO, APENAS CONTRIBUIR COM O DÍZIMO! - A Bíblia fala de dois níveis: o dízimo e a oferta (Ml.3:8-10). O dízimo e a oferta são apresentados como também produzindo um memorial perante o Senhor, e o texto mostra claramente que não podemos deixar de ser fiéis nos dois casos. Dízimo e oferta também são expressões da nossa fé em Deus.


O SIGNIFICADO DA PALAVRA “ROUBAR” NO LIVRO DE MALAQUIAS
(Ml 3:6-12)

O termo usado para ROUBAR tem a ideia de TOMAR À FORÇA. Assim, não era obra de um descuidado; ERA ALGO PLANEJADO, INTENCIONAL – Logo, O PLANEJAMENTO ou A INTENÇÃO de não dar o dízimo, é vista por Deus como uma violência contra Ele

O outro significado para a palavra ROUBARÁ é SUPLANTAR; TIRAR VANTAGEM DE. Assim, o versículo ficaria desta forma: “SUPLANTARÁ O HOMEM A DEUS?” ou “TIRARÁ VANTAGEM O HOMEM SOBRE DEUS?”

Ml 3:10 - A promessa dada por Deus impõe uma condição: Primeiro trazer os dízimos; depois, fazer prova do Senhor, que garante derramar bênção tal, trazendo maior abastança. Porém, é preciso que fique claro: ISTO NÃO ANULA AS AFLIÇÕES DA VIDA, ONDE APARECEM OS MOMENTOS DE SEQUIDÃO. Agora, Deus, com certeza, garante vitória aos que, com fidelidade em tudo, atravessam estas horas mais difíceis, pois a Palavra do Senhor jamais cai por terra.

FAZER PROVA - Não é chantagear o Senhor, mas saber que Ele é fiel para conosco.
DUAS CLASSES DE DIZIMISTAS NA IGREJA


1) OS DIZIMISTAS - NÃO SÃO CONTRÁRIOS À DOUTRINA DO DÍZIMO. São aqueles que dão os dízimos sem constrangimento ou imposição. A sua contribuição é consciente, metódica e voluntária.
Às vezes, alguns crentes, por causa de certas dificuldades financeiras, não dizimam. Não que sejam contrários à doutrina do dízimo, mas porque acham que, primeiro, devem acertar as suas finanças para, depois, passar a contribuir fielmente com o dízimo, observando os três requisitos acima expostos: voluntário, metódico e proporcional ao rendimento. (II Rs 4:1-7)

2) OS ANTI-DIZIMISTAS - São os que não aceitam a doutrina do dízimo, seduzem outros membros a não dizimarem, dizem que o povo é pobre e a crise é tremenda. São aqueles que, se o pastor falar da doutrina do dízimo, dizem que ele está precisando de dinheiro e, se o pastor não falar sobre a doutrina do dízimo, é porque o ele já está cheio do dinheiro e não precisa de mais.

OS PROPÓSITOS, PRINCÍPIOS E VERDADES RELACIONADOS AO DÍZIMO NO ANTIGO TESTAMENTO.

Nm 18:20-32; II Cr 31:4-5; Ne 12:44-45 cf Hb 7:5 - Um dos propósitos do dízimo era o sustento dos levitas em troca dos serviços prestados na tenda da congregação; Além disso, recebiam uma parte das ofertas (Dt 18:1-2). Por sua vez os levitas davam os dízimos dos dízimos ao sacerdote (Nm 18:26).

Dt 14:28-29 - Outro propósito do dízimo era auxiliar aos necessitados: o estrangeiro, o órfão e a viúva.

Dt 26:1-15; Ml 3:8-10 - Assim como Deus dera bênçãos a Seu povo, os que as receberam devia reparti-las com as pessoas menos favorecidas. Dar o dízimo, portanto, traria bênçãos divinas. Desta forma, não só a Casa de Deus era suprida, como também mantida a tribo levítica, responsável pelo sacerdócio.

ÉTICA PASTORAL NAS FINANÇAS
II Cr 31:11-19; Ne 12:44 - Esta seção descreve como os sacerdotes e os levitas recolheram e distribuíram as ofertas sagradas. Começa com a expressão FIELMENTE e termina com a frase COM FIDELIDADE. Absoluta integridade é necessária quando se trata das ofertas a Deus (II Cor 8:19-21 - A maneira reverente e fiel pela qual tudo foi organizado, deve ser um exemplo de eficiência nas igrejas de Cristo).


1) Fidelidade na entrega do dízimo (Tg 2:12; Ml 3:10)
2) Fidelidade na administração dos dízimos e ofertas (III Jo 5; At 20:33)
3) Fidelidade com os obreiros da igreja (Lc 10:7; I Tm 5:18)

4) Não ser amante do dinheiro (I Tm 6:10)
5) Não fazer dívidas além de sua capacidade financeira (Lc 14:28-30; Pv 22:7).
Lições retiradas de At 20:35

Não olhe para o tamanho do seu salário, mas para a grandeza de Deus, a quem servimos com a nossa contribuição.
Devemos nos lembrar que o dízimo é uma quantia bem menor do que aquela empregada em coisas vãs.
Se dermos o dízimo com motivação errada, mudemos de rumo! Façamo-lo por amor à obra e como um ato de fé nas promessas de Deus, que resulta na obediência voluntária aos Seus mandamentos, sem legalismo.

Geraldo Carneiro Filho

FONTES DE CONSULTA
1) Revista Discipulado (Novos Convertidos) – CPAD
2) O Pastor Pentecostal - Um Mandato para o Século XXI - CPAD - Thomas, E. Trask
3) Igreja, Lugar de Vida - Editora Betânia - Naamã Mendes
4) Ética Pastoral - CPAD - Nemuel Kessler
5) Líderes À Beira do Abismo - Editora Betânia - Strong Joice
6) Apostila do Evangelista Fernando Oliveira

Dízimo é coisa do passado ( 1 )?


                                                      
     pr. Geraldo Carneiro Filho
O Dízimo no Novo Testamento   
              (Mt 5.17; Lc 19.1-10)

Muitas vezes se tem dito que o Antigo Testamento contem mais ensino sobre a mordomia que o Novo Testamento e que, para o mordomo cristão, o Antigo Testamento é um manual mais claro que o Novo. É muito difícil sustentar tal avaliação, especialmente se observamos as parábolas de Jesus e seus ensinos.

Quando lemos com a devida atenção os escritos de Paulo, não percebemos qualquer indicação quanto ao dízimo. Vemos uma omissão curiosa e desconcertante por parte de um homem que conhecia muito bem a lei. Contudo, é possível afirmar que a contribuição do dízimo dentro do NT. é algo íntegro e digno da observação por parte do cristão do presente século. O relativo silêncio sobre o tema, pode ser entendido se considerarmos que o dízimo era algo que Jesus, Paulo e outros autores bíblicos consideravam sua prática um fato habitual e indiscutível. Tratava-se, portanto, de uma prática que não necessitava ser estabelecida (Mt 23.23; Lc 11.42; 18.12; Hb 7.1-10).

Jesus falou sobre o dinheiro 90 vezes. Dos 107 versículos do Sermão do Monte, 22 referem-se a dinheiro, e 24 das 49 parábolas de Jesus mencionam dinheiro.

1. Jesus não se opôs ao dízimo (Mt 5. 17,18; 23.23). Podemos classificar o dízimo como pertencente à lei moral, visto que partimos do princípio de que tudo que temos é de Deus. Ele é dono de todas as coisas. A lei cerimonial ficou circunscrita a Israel; referia-se a costumes, alimentação e etc. Hoje não temos nenhuma obrigação para com essa lei. Ao devolvermos o que não nos pertence, reconhecemos que somos propriedades do Deus Triúno.

2. O dízimo era uma prática generalizada. Dirá alguém: não há nenhum mandamento para dar o dízimo, no NT.. De fato, não há, nem haveria necessidade disso. Tratava-se de uma prática generalizada. Um mandamento sobre o dízimo seria, no dizer do povo: "chover no molhado". O mesmo ocorre em relação à guarda do Domingo.

Na Epístola aos Hebreus 7.1-10, Melquisedeque é figura de Cristo. Quando Abraão deu o dízimo a Melquisedeque, estava entregando ao próprio Cristo. Jesus, pois, recebe dízimos até hoje dos crentes fiéis, através da igreja que Ele instituiu e incumbiu da propagação do evangelho.

Um outro aspecto que devemos observar dentro do NT., é que o dízimo deve ser usado no sustento do ministério sagrado (1 Co 9). Paulo fala do dever que as igrejas têm de sustentarem condignamente os seus obreiros, missionários e ministros do evangelho. No verso 11 desse capitulo, Paulo usa várias figuras de linguagem para explicar esse tema. No verso 14 o apóstolo conclui: "Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho". Trata-se de uma ordem dada pelo próprio Cristo, cuja autoridade precisa ser respeitada.

A Realidade do Dízimo no Novo Testamento

Como nas outras leis do AT., o dízimo recebe na nova dispensação maior amplitude, no princípio da mordomia da vida e da propriedade. Esse princípio não exclui o dízimo, porém, vai além dele, assim como o NT., sem excluir o AT., completa-o e amplia-o.

Por isso mesmo, o que encontramos no NT., são exemplos de contribuição que vão além do dízimo. Exemplo: Viúva pobre (Mc 12.41-44); Zaqueu (Lc 19.8); crentes de Jerusalém (At 2.44, 45; 4.32-37); crentes da Macedônia (2 Co 8.1-5); crentes de Corinto (1 Co 16.2).

Quem se dispuser a praticar o ensino do NT. tomará o dízimo como simples ponto de partida, procurando crescer na graça da contribuição, a ponto de dizer como R. G. Le Torneau, riquíssimo e liberalíssimo industrial crente: "A questão não é quanto de meu dinheiro devo dar ao Senhor, mas: quanto do dinheiro do Senhor devo guardar para mim?".

Não há uma distinção essencial entre o dízimo do Antigo e do Novo Testamento. No primeiro, era parte da aliança, para o povo que a ela pertencia e envolvia compromisso, era princípio e valor espiritual, um privilégio concedido ao povo da aliança, jamais uma imposição. No Novo Testamento, não é diferente. Cada participante da Igreja de Cristo tem um compromisso assumido através dos votos Sagrados feitos diante de Deus perante a sua igreja. No AT., o dízimo era regido pela lei, observando o princípio de culto, e reconhecimento da soberania de Deus. No NT., é impulsionado pelo amor, pela devoção e desejo sincero da prática de culto e obediência aos princípios da aliança.

O dízimo, tanto no Antigo como no Novo Testamento é uma doutrina clara e explícita. Não se trata de uma imposição da lei e sim um privilégio para o crente. Não se pode admitir a idéia de que está implícito no aparente silêncio do Novo Testamento a revogação desta santa doutrina. Não é inteligente trocarmos o explícito pelo implícito, trocar o certo pelo duvidoso.

Portanto, quando se considera o caráter contínuo da aliança, não é possível que uma pessoa verdadeiramente regenerada, convertida, justificada e adotada como família da aliança, não se sinta movida a uma verdadeira adoração ao autor, provedor e sustentador da aliança: "Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!" (Rm 11.36).

Em Cristo.
Geraldo Carneiro Filho