Por Geraldo Carneiro
I - INTRODUÇÃO:
Que
ninguém se iluda! O Julgamento Final não é uma hipótese; é algo já
determinado por Deus, a fim de que a sua justiça seja plenamente
notória, reconhecida e exercida em todo o Universo.
II – O QUE É O JUÍZO FINAL:
É
a sessão judicial que terá lugar na consumação de todas as coisas
temporais que, conduzido pelo Todo-Poderoso, retribuirá a cada criatura
moral o que esta tiver cometido através do corpo durante a sua vida
terrena.
A
HORA DO JULGAMENTO – É claramente indicado que esse julgamento acontece
após o fim do reino milenar de Cristo (Apc 20:5, 12-13).
O
LOCAL DO JULGAMENTO – Esse julgamento não acontece nem no céu, nem na
terra (já que estes fugiram da presença de Deus), mas em algum lugar
entre as duas esferas (Apc 20:11).
BASE
DE JULGAMENTO – Esse julgamento não tem por finalidade apurar se
aqueles que o enfrentam serão salvos ou não. Todos os que devem ser
salvos já o foram e entraram no seu estado eterno. Os que serão
abençoados eternamente já entraram na sua bênção. Esse é antes um
julgamento das más obras dos incrédulos. A sentença da segunda morte é
pronunciada contra eles (Apc 20:12).
III – ALGUNS ACONTECIMENTOS ATÉ A INSTALAÇÃO DO JULGAMENTO FINAL:
(1)
- A CONDENAÇÃO DA BESTA E DO FALSO PROFETA - Apc 19:20; 20:10 - Uma vez
unidas em seu desafio a Deus, estas duas pessoas poderosas e
perniciosas agora são unidas em sua condenação.
Embora
tenha sido o assassino de multidões que se recusaram a adorar a imagem
da Besta, esta e o próprio Falso Profeta não receberão permissão para
morrerem. Até mesmo o suposto poder miraculoso do Falso Profeta não o
pode livrar de ser lançado vivo no lago de fogo.
A
condenação da besta e do falso profeta representa o fim de uma falsa
astúcia estatal e de uma falsa astúcia sacerdotal. Estes dois
personagens sofrem juntos porque lutaram juntos contra o Cordeiro.
(2) - A CONDENAÇÃO DO DIABO – Apc 20:1-3, 10 - Finalmente a cabeça da serpente é ferida para sempre (Gn 3:15).
A vitória conseguida sobre o diabo no Calvário agora recebe operação completa.
Lançado
do céu em tempos antigos por causa de sua rebelião e depois lançado do
ar à terra (Apc 12:9), o diabo agora é lançado no abismo por mil anos
(Apc 20:3).
Sua
liberdade de andar ao redor, devorando almas (I Pe 5:8) agora é abolida
à medida que um anjo do céu prende Satanás com cadeias, amarra-o e o
lança no abismo, selando sua prisão por mil anos.
João diz que o dragão foi aprisionado para que "não enganasse mais as nações até que os mil anos se completassem".
Os
mil anos de Satanás no abismo não produzirão nenhuma mudança em seu
caráter maligno. Uma vez que seja liberto, provará ser o mesmo antigo
diabo. Mas, enquanto estiver preso, a terra respirará ar mais puro, e o
reino milenar de Cristo fará com que a paz e a justiça cubram a terra
como as águas cobrem o mar.
Depois
de sua obra final e pós-milenar de engano, o diabo é "lançado no lago
de fogo e de enxofre", para juntar-se aos seus devotos iludidos que já
suportaram as chamas por mil anos. Com a Besta e o Falso Profeta,
satanás entra para o tormento eterno (Apc 20:10).
Finalmente
a trindade do mal, que imita a trindade de céu, colhe sua condenação
sem alívio. O diabo, a besta e o falso profeta estão juntos para sempre
no lago de fogo.
(3)
- A CONDENAÇÃO DE GOGUE E MAGOGUE - Apc 20:7-9 - A menção de Gogue
(príncipe) e Magogue (a terra) leva-nos de volta a Ezequiel 38 e 39.
Magogue é o nome de um homem (Gn 10.2), mas Gogue não o é. Pelo contrário, Gogue significa satanás, enquanto que Magogue se aplica a um homem possuído por satanás. Quando satanás estiver operando pessoalmente no mundo, será conhecido como Gogue e Magogue. Isso acontecerá duas vezes: A primeira, antes do milênio; a outra, no fim do milênio. Quando satanás é expulso dos céus à terra, e vem habitar no corpo de um homem, Ezequiel designa-o pelos termos Gogue e Magogue. E, então, ao terminar o milênio, quando satanás for novamente solto e começar outra vez a opear sobre a face da terra, o livro do Apocalipse denomina-o de Gogue e Magogue.
Magogue é o nome de um homem (Gn 10.2), mas Gogue não o é. Pelo contrário, Gogue significa satanás, enquanto que Magogue se aplica a um homem possuído por satanás. Quando satanás estiver operando pessoalmente no mundo, será conhecido como Gogue e Magogue. Isso acontecerá duas vezes: A primeira, antes do milênio; a outra, no fim do milênio. Quando satanás é expulso dos céus à terra, e vem habitar no corpo de um homem, Ezequiel designa-o pelos termos Gogue e Magogue. E, então, ao terminar o milênio, quando satanás for novamente solto e começar outra vez a opear sobre a face da terra, o livro do Apocalipse denomina-o de Gogue e Magogue.
Agora
chegamos à revolta final das nações. Entretanto, o juízo é tão rápido
quanto a rebelião das nações dos quatro cantos da terra; fogo desce dos
céus e devora as multidões (Apc 20:9).
Neste
conflito final não há batalha nem luta. O Deus "Todo-poderoso”, que é
"um fogo consumidor", destrói imediatamente todas as nações enganadas e
brutalizadas. O último ataque do homem contra Deus e contra "o arraial
dos santos e a cidade querida" termina em completo fracasso, e o inferno
dilata a boca a fim de tragar as hordas da terra enganadas pelo diabo
no ajuntamento para a rebelião.
Não é de admirar que lemos mais adiante de uma nova terra sem o diabo para sempre!
ATENÇÃO: DAQUI EM DIANTE, INSTALA-SE O JULGAMENTO FINAL:
Este
juízo será o mais solene e mais terrível jamais executado. Finalmente o
Juiz eterno acertará todas as contas. Tendo lidado com Satanás, Cristo
agora se prepara para lidar com os pecadores do mundo. Chega, afinal, o
fim do mundo, pois a criação foge da face do que está assentado sobre o
trono.
(4) - A CONDENAÇÃO DOS PERDIDOS - Apc 20:11-15 - A visão de João divide-se em duas partes, indicadas pela frase repetida "E vi".
Apc 20:11— "E vi o trono e seu juiz".
Apc 20:12-15— "E vi os mortos e o seu julgamento".
(A)
- O TRONO DO JUÍZO - Entre os tronos da Escritura, o identificado como
"o grande trono branco" é o mais temível e sem esperança de todos.
Não
é o trono de um soberano prestes a reinar e governar, mas o de um juiz,
prestes a pronunciar a condenação sobre os culpados.
É
um trono levantado para um propósito específico; não é permanente, pois
cessa de existir assim que seus julgamentos tenham sido distribuídos
aos condenados.
Neste
trono a posição do dia de Pilatos será invertida: então o Criador foi
julgado pela criatura, mas agora a criatura aparece perante o Criador a
fim de receber a sentença.
Na sala de Pilatos Deus ficou mudo perante o homem, mas aqui o homem está mudo na presença de Deus.
O
que foi condenado perante o tribunal terreno agora decidirá os destinos
da raça humana e revelará os princípios do governo divino.
Tendo
rejeitado a grande salvação oferecida por Cristo, os pecadores agora
são forçados a comparecer à presença do grande trono branco de Deus.
Será grande por várias razões:
(A.1) - Por causa da dignidade do próprio Juiz.
(A.3) - Por causa da vastidão da cena: aqui jaz a aurora da eternidade.
(A.4) - Por causa das consequências eternas envolvidas.
(A.5) - Por causa dos grandes destinos que ele decidirá.
O trono branco corresponde ao caráter do seu Ocupante – Sl 9.7-8.
Não
haverá tratamento injusto nem desleal, pois sendo “branco”, o trono
simboliza a pureza e justiça dos juízos do Juiz. É branco por causa de
Sua pureza imaculada.
(B)
– O JUIZ – É o Senhor Deus, o Salvador – Jo 5.27 - Uma vez que a
salvação foi planejada por Deus, realizada por Cristo e aplicada pelo
Espírito Santo, pode ser que as três Pessoas da Divindade se encontrem
presentes no juízo dos que desprezaram tal salvação. Cristo, entretanto, deve pronunciar o juízo solene dos perdidos – Jo 5.22; At 10:42; 17:31; 2 Tm 4:1.
Com
os olhos semelhantes à chama do fogo, Cristo esquadrinhará e queimará
os que se encontram em Sua presença (Apc 1:14; 19:12). Todos e tudo
secarão ao brilho do justo juízo desses olhos. Não brilharão com
misericórdia nesse dia, pois com majestade ilimitada o Dono desses olhos
penetrantes ganhou o direito de dispor dos destinos de suas criaturas
voluntariosas. E, por ser o Justo Juiz, Seus juízos corresponderão à sua
natureza – Gn 18.25c; Apc 16:7; 19:11.
Os santos de Cristo devem ser honrados com a participação neste
juízo – Sl 149:9 comparar com I Cor 6:2-3.
(C)
- O JUÍZO - Os tribunais de países democráticos tentam oferecer aos
criminosos julgamentos justos. O tribunal do Trono Branco, entretanto,
não foi erigido a fim de discutir os prós e os contras do caso de nenhum
pecador, mas dar a sentença já declarada.
Naquele
dia futuro os mortos ressuscitarão e se apresentarão na presença do
Juiz, não para serem julgados quanto à sua culpa ou sua inocência, mas a
fim de receber a ratificação de uma sentença já pronunciada - Jo 3:18,
36.
Este
juízo é chamado "eterno" (Hb 6:2) pois suas consequências são eternas.
Age também com garantia de que o pecado jamais terá permissão para
invadir a nova criação de Deus.
(D)
- OS JULGADOS - Vários objetos de juízo são enumerados no relato
espantoso do grande trono branco, e é importante notar estes respectivos
juízos.
(D.1)
– A TERRA E OS CÉUS - Haverá o desaparecimento rápido da antiga criação
porque o que está assentado sobre o trono foi seu Criador, e portanto
ela imediatamente obedece à sua ordem.
Por
que a terra há de desaparecer? Porque foi a cena de pecado e rebeldia, e
levou a mancha do sangue do Juiz. O homem se apegou à terra por muitos
séculos, mas agora ela foge.
Por
que os céus também desaparecem? Os céus não podem permanecer, pois
foram poluídos por Satanás, o príncipe da potestade do ar. Como podem os
céus continuar, se não são puros à vista de Deus?
Entre as novas criações há os novos céus e a nova terra – Apc 21:1; Is 65.17; 66.22; II Pe 3.7, 10-13; Hb 1.10-12.
(D.2)
– OS ANJOS CAÍDOS – Já que a sorte do chefe rebelde foi determinada
(Apc 20:10), agora Cristo prossegue lidando com os que Satanás
influenciou.
Embora
não tenhamos prova direta da narrativa de que a hoste de espíritos
malignos de Satanás deva aparecer perante o trono, achamos que eles
serão julgados nesta época – Jd 6
Se,
como Paulo afirma, devemos julgar os anjos (isto é, os caídos), então
os santos devem estar neste tribunal com a capacidade judiciária.
(D.3)
– OS MORTOS - Devemos compreender que este grupo seja composto de todos
os que morreram no pecado, quer estejam mortos espiritual quer
fisicamente.
Os
ímpios na terra, na época em que se instala este trono, são
imediatamente transferidos para ele, ao mesmo tempo em que os mortos no
inferno são ressuscitados e forçados a comparecer com eles. Esperam,
aqui, a sentença de condenação, como prisioneiros num tribunal.
A
ressurreição aqui mencionada não é "dos mortos" (para crentes), mas
sim, a ressurreição final de todos os ímpios mortos para seu destino
último.
Todos os ímpios mortos, antes que Cristo viesse à terra, terão para julgá-los o livro da lei (Rm 2:12; 3:19).
Todos os ímpios mortos, depois de Cristo, serão julgados pelo evangelho da graça (Rm 2:16; Jo 3:18-19; 12:48).
Os ímpios mortos depois da segunda vinda de Cristo serão julgados pelo evangelho eterno.
Todos os tipos de pecadores devem comparecer à presença deste trono espantoso, como o indica a frase "pequenos e grandes".
Hoje
temos várias classes e distinções sociais e raciais. Mas tais
distinções deverão desaparecer quando o Juiz tomar o seu lugar, pois Ele
não faz acepção de pessoas. Os orgulhosos e poderosos e também os
insignificantes devem entrar no lago de fogo – Apc 21.8 - Nenhuma das
pessoas aqui mencionadas poderá apelar do seu julgamento.
(D.4)
– O MAR - Em sua descrição do novo mundo, João declara que o mar já não
existe. Isso significava muito para João, que, na prisão da ilha de
Patmos, sabia que o mar Egeu o separava daqueles a quem ansiava servir.
Mas qual é a implicação completa desta frase com referência ao mar
entregando os mortos que nele havia?
Deve-se
tratar o "mar" como simbólico da condição inquieta da humanidade e,
portanto, descritivo da entrega das massas irrequietas ao Juiz? Ou
devemos aceitar a interpretação usual — que todos os que morreram
afogados no mar devem emergir de seu túmulo de água?
Parece-nos
que a frase seguinte: "a morte... entregaram os mortos que neles
havia", abrange todos os que morreram e foram sepultados na terra ou no
mar.
Com
o passar da terra e do céu, o mar também desaparecerá e, portanto,
todos os seres que estiverem em seu túmulo líquido deverão comparecer à
presença daquele que criou o mar.
(D.5)
– A MORTE E O HADES - A morte, ou o túmulo, continha os corpos dos
perdidos e o hades, os seus espíritos. Agora corpos e espíritos se unem,
e com seus corpos eternos de vergonha e espíritos eternos, os
condenados vão para a morte da morte.
Finalmente, também, esse monstro é destruído: "O último inimigo a ser destruído é a morte."
Hades
ou inferno é a habitação presente dos perdidos. Esta residência
temporária, contudo, dá lugar ao juízo do lago de fogo, mais terrível e
eterno. Tal ressurreição é mencionada como de vergonha (Dn 12:2); dos
injustos (At 24:15); da condenação (Jo 5:29).
A
morte e o hades rapidamente seguem seus ocupantes para dentro do lago
de fogo (Apc 20:14). Trazidos à existência por causa da obra de Satanás,
agora o seguem para a perdição eterna. E porque as chaves do hades e da
morte pendem do cinto de Cristo, Ele pode agir como desejar com tais
habitações – Apc 1.18.
Assim,
o lago de fogo torna-se o depositário final de todos os que se opuseram
a Deus e a Jesus Cristo. Os condenados devem ser atormentados de dia e
de noite para todo o sempre (Apc 20:10).
(5)
– OS LIVROS DO JUÍZO – Apc 20.12 – "Uns livros" - Implica existir no
céu mais de um conjunto de registros. Estes livros representam o relato
das obras das pessoas que vão ser julgadas. O Senhor conserva um
registro fiel dos pensamentos, das ações e das palavras dos pecadores.
Nada é por demais banal para ser registrado. Cristo tem o controle deste
registro – Apc 3.5; 13:8; 17:8; 21:17.
As Escrituras mencionam alguns livros:
(A) – O livro da consciência – Rm 2.15; 9.1;
(B)– O livro da natureza – Jó 12.7-9; Sl 19.1-4; Rm 1.20;
(C) – O livro da Lei – Rm 2.12 cf Rm 3.20;
(D) – O livro do Evangelho – Jo 12.48; Rm 2.16;
(E)
– O livro da nossa memória – Lc 16.25 – “Filho, lembra-te...”; Mc
9.44-48; Jr 17.1 – O rico lembrou-se das oportunidades passadas e
perdidas. Lembrou-se do que Moisés e os profetas haviam dito. Lembrou-se
da mensagem da Palavra santa de Deus. Lembrou-se, mas era tarde demais!
(F) – O livro dos atos dos homens – Ml 3.16; Mc 12.36; Lc 12.7; Apc 20.12.
(G)
– O livro da Vida – Sl 69.28; Dn 12.1; Lc 10.20; Fp 4.3; Apc 20.15 - O
livro da vida do Cordeiro é o registro de ouro dos que pertencem ao
Senhor. Os nomes que estão neste livro foram escritos muito antes dos
acontecimentos do grande trono branco.
A
presença do livro da vida nessa ocasião é, certamente, para provar aos
céticos que estão sendo julgados que os seus nomes não se encontram
arrolados nele.
Embora
a pessoa possa ter um registro favorável, evidentemente o que conta é a
inserção de seu nome no "livro da vida" por Cristo. Não é ausência de
obra mas ausência do nome que condena – Mt 7.22-23.
Podemos
vislumbrar, em termos bem claros, que as ações dos incrédulos são
registradas no céu. Como isto é feito não alegamos saber nem nos
aventuramos a adivinhar. Está oculto em Deus, mas não devia haver
dificuldade em crer nisto quando o próprio homem pode gravar grandes
sinfonias e discursos na cera, e reduzir bibliotecas inteiras a
microfilmes. Aí está o fato. Deus o afirma. O incrédulo pode zombar
dEle, mas será julgado por Ele.
IV – CONSIDERAÇÕS FINAIS:
No
Juízo Final não se admitirá advogado de defesa. Quem não tiver o nome
no Livro da Vida, será condenado à perdição eterna – Apc 20.15 - Temos nossos nomes escritos lá?
FONTES DE CONSULTA:
1) A Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
2) Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2004 – Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade
3) Manual de Escatologia – Editora Vida – J. Dwight Pentecost
4) Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 1997 – Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
5) Apocalipse: O Drama dos Séculos – Editora Vida – Herbert Lockye