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quinta-feira, 14 de junho de 2012

O JUÍZO FINAL

Por Geraldo Carneiro
I - INTRODUÇÃO:


Que ninguém se iluda! O Julgamento Final não é uma hipótese; é algo já determinado por Deus, a fim de que a sua justiça seja plenamente notória, reconhecida e exercida em todo o Universo.

II – O QUE É O JUÍZO FINAL:

É a sessão judicial que terá lugar na consumação de todas as coisas temporais que, conduzido pelo Todo-Poderoso, retribuirá a cada criatura moral o que esta tiver cometido através do corpo durante a sua vida terrena.

A HORA DO JULGAMENTO – É claramente indicado que esse julgamento acontece após o fim do reino milenar de Cristo (Apc 20:5, 12-13).

O LOCAL DO JULGAMENTO – Esse julgamento não acontece nem no céu, nem na terra (já que estes fugiram da presença de Deus), mas em algum lugar entre as duas esferas (Apc 20:11).

BASE DE JULGAMENTO – Esse julgamento não tem por finalidade apurar se aqueles que o enfrentam serão salvos ou não. Todos os que devem ser salvos já o foram e entraram no seu estado eterno. Os que serão abençoados eternamente já entraram na sua bênção. Esse é antes um julgamento das más obras dos incrédulos. A sentença da segunda morte é pronunciada contra eles (Apc 20:12).

III – ALGUNS ACONTECIMENTOS ATÉ A INSTALAÇÃO DO JULGAMENTO FINAL:

(1) - A CONDENAÇÃO DA BESTA E DO FALSO PROFETA - Apc 19:20; 20:10 - Uma vez unidas em seu desafio a Deus, estas duas pessoas poderosas e perniciosas agora são unidas em sua condenação.
Embora tenha sido o assassino de multidões que se recusaram a adorar a imagem da Besta, esta e o próprio Falso Profeta não receberão permissão para morrerem. Até mesmo o suposto poder miraculoso do Falso Profeta não o pode livrar de ser lançado vivo no lago de fogo.

A condenação da besta e do falso profeta representa o fim de uma falsa astúcia estatal e de uma falsa astúcia sacerdotal. Estes dois personagens sofrem juntos porque lutaram juntos contra o Cordeiro.
(2) - A CONDENAÇÃO DO DIABO – Apc 20:1-3, 10 - Finalmente a cabeça da serpente é ferida para sempre (Gn 3:15).
A vitória conseguida sobre o diabo no Calvário agora recebe operação completa.

Lançado do céu em tempos antigos por causa de sua rebelião e depois lançado do ar à terra (Apc 12:9), o diabo agora é lançado no abismo por mil anos (Apc 20:3).

Sua liberdade de andar ao redor, devorando almas (I Pe 5:8) agora é abolida à medida que um anjo do céu prende Satanás com cadeias, amarra-o e o lança no abismo, selando sua prisão por mil anos.
João diz que o dragão foi aprisionado para que "não enganasse mais as nações até que os mil anos se completassem".
Os mil anos de Satanás no abismo não produzirão nenhuma mudança em seu caráter maligno. Uma vez que seja liberto, provará ser o mesmo antigo diabo. Mas, enquanto estiver preso, a terra respirará ar mais puro, e o reino milenar de Cristo fará com que a paz e a justiça cubram a terra como as águas cobrem o mar.

Depois de sua obra final e pós-milenar de engano, o diabo é "lançado no lago de fogo e de enxofre", para juntar-se aos seus devotos iludidos que já suportaram as chamas por mil anos. Com a Besta e o Falso Profeta, satanás entra para o tormento eterno (Apc 20:10).


Finalmente a trindade do mal, que imita a trindade de céu, colhe sua condenação sem alívio. O diabo, a besta e o falso profeta estão juntos para sempre no lago de fogo.
(3) - A CONDENAÇÃO DE GOGUE E MAGOGUE - Apc 20:7-9 - A menção de Gogue (príncipe) e Magogue (a terra) leva-nos de volta a Ezequiel 38 e 39.

Magogue é o nome de um homem (Gn 10.2), mas Gogue não o é. Pelo contrário, Gogue significa satanás, enquanto que Magogue se aplica a um homem possuído por satanás. Quando satanás estiver operando pessoalmente no mundo, será conhecido como Gogue e Magogue. Isso acontecerá duas vezes: A primeira, antes do milênio; a outra, no fim do milênio. Quando satanás é expulso dos céus à terra, e vem habitar no corpo de um homem, Ezequiel designa-o pelos termos Gogue e Magogue. E, então, ao terminar o milênio, quando satanás for novamente solto e começar outra vez a opear sobre a face da terra, o livro do Apocalipse denomina-o de Gogue e Magogue.

Agora chegamos à revolta final das nações. Entretanto, o juízo é tão rápido quanto a rebelião das nações dos quatro cantos da terra; fogo desce dos céus e devora as multidões (Apc 20:9).

Neste conflito final não há batalha nem luta. O Deus "Todo-poderoso”, que é "um fogo consumidor", destrói imediatamente todas as nações enganadas e brutalizadas. O último ataque do homem contra Deus e contra "o arraial dos santos e a cidade querida" termina em completo fracasso, e o inferno dilata a boca a fim de tragar as hordas da terra enganadas pelo diabo no ajuntamento para a rebelião.

Não é de admirar que lemos mais adiante de uma nova terra sem o diabo para sempre!
ATENÇÃO: DAQUI EM DIANTE, INSTALA-SE O JULGAMENTO FINAL:


Este juízo será o mais solene e mais terrível jamais executado. Finalmente o Juiz eterno acertará todas as contas. Tendo lidado com Satanás, Cristo agora se prepara para lidar com os pecadores do mundo. Chega, afinal, o fim do mundo, pois a criação foge da face do que está assentado sobre o trono.

(4) - A CONDENAÇÃO DOS PERDIDOS - Apc 20:11-15 - A visão de João divide-se em duas partes, indicadas pela frase repetida "E vi".
Apc 20:11— "E vi o trono e seu juiz".
Apc 20:12-15— "E vi os mortos e o seu julgamento".

(A) - O TRONO DO JUÍZO - Entre os tronos da Escritura, o identificado como "o grande trono branco" é o mais temível e sem esperança de todos.
Não é o trono de um soberano prestes a reinar e governar, mas o de um juiz, prestes a pronunciar a condenação sobre os culpados.

É um trono levantado para um propósito específico; não é permanente, pois cessa de existir assim que seus julgamentos tenham sido distribuídos aos condenados.

Neste trono a posição do dia de Pilatos será invertida: então o Criador foi julgado pela criatura, mas agora a criatura aparece perante o Criador a fim de receber a sentença.
Na sala de Pilatos Deus ficou mudo perante o homem, mas aqui o homem está mudo na presença de Deus.
O que foi condenado perante o tribunal terreno agora decidirá os destinos da raça humana e revelará os princípios do governo divino.
Tendo rejeitado a grande salvação oferecida por Cristo, os pecadores agora são forçados a comparecer à presença do grande trono branco de Deus. Será grande por várias razões:

(A.1) - Por causa da dignidade do próprio Juiz.


(A.2) - Por causa da grandeza e solenidade sem paralelos da ocasião.

(A.3) - Por causa da vastidão da cena: aqui jaz a aurora da eternidade.

(A.4) - Por causa das consequências eternas envolvidas.

(A.5) - Por causa dos grandes destinos que ele decidirá.

O trono branco corresponde ao caráter do seu Ocupante – Sl 9.7-8. 
Não haverá tratamento injusto nem desleal, pois sendo “branco”, o trono simboliza a pureza e justiça dos juízos do Juiz. É branco por causa de Sua pureza imaculada.
(B) – O JUIZ – É o Senhor Deus, o Salvador – Jo 5.27 - Uma vez que a salvação foi planejada por Deus, realizada por Cristo e aplicada pelo Espírito Santo, pode ser que as três Pessoas da Divindade se encontrem presentes no juízo dos que desprezaram tal salvação. Cristo, entretanto, deve pronunciar o juízo solene dos perdidos – Jo 5.22; At 10:42; 17:31; 2 Tm 4:1.


Com os olhos semelhantes à chama do fogo, Cristo esquadrinhará e queimará os que se encontram em Sua presença (Apc 1:14; 19:12). Todos e tudo secarão ao brilho do justo juízo desses olhos. Não brilharão com misericórdia nesse dia, pois com majestade ilimitada o Dono desses olhos penetrantes ganhou o direito de dispor dos destinos de suas criaturas voluntariosas. E, por ser o Justo Juiz, Seus juízos corresponderão à sua natureza – Gn 18.25c; Apc 16:7; 19:11.
Os santos de Cristo devem ser honrados com a participação neste 
juízo – Sl 149:9 comparar com I Cor 6:2-3.
(C) - O JUÍZO - Os tribunais de países democráticos tentam oferecer aos criminosos julgamentos justos. O tribunal do Trono Branco, entretanto, não foi erigido a fim de discutir os prós e os contras do caso de nenhum pecador, mas dar a sentença já declarada.

Naquele dia futuro os mortos ressuscitarão e se apresentarão na presença do Juiz, não para serem julgados quanto à sua culpa ou sua inocência, mas a fim de receber a ratificação de uma sentença já pronunciada - Jo 3:18, 36.
Este juízo é chamado "eterno" (Hb 6:2) pois suas consequências são eternas. Age também com garantia de que o pecado jamais terá permissão para invadir a nova criação de Deus.

(D) - OS JULGADOS - Vários objetos de juízo são enumerados no relato espantoso do grande trono branco, e é importante notar estes respectivos juízos.
(D.1) – A TERRA E OS CÉUS - Haverá o desaparecimento rápido da antiga criação porque o que está assentado sobre o trono foi seu Criador, e portanto ela imediatamente obedece à sua ordem. 
Por que a terra há de desaparecer? Porque foi a cena de pecado e rebeldia, e levou a mancha do sangue do Juiz. O homem se apegou à terra por muitos séculos, mas agora ela foge.


Por que os céus também desaparecem? Os céus não podem permanecer, pois foram poluídos por Satanás, o príncipe da potestade do ar. Como podem os céus continuar, se não são puros à vista de Deus? 
Entre as novas criações há os novos céus e a nova terra – Apc 21:1; Is 65.17; 66.22; II Pe 3.7, 10-13; Hb 1.10-12.

(D.2) – OS ANJOS CAÍDOS – Já que a sorte do chefe rebelde foi determinada (Apc 20:10), agora Cristo prossegue lidando com os que Satanás influenciou.

Embora não tenhamos prova direta da narrativa de que a hoste de espíritos malignos de Satanás deva aparecer perante o trono, achamos que eles serão julgados nesta época – Jd 6

Se, como Paulo afirma, devemos julgar os anjos (isto é, os caídos), então os santos devem estar neste tribunal com a capacidade judiciária.

(D.3) – OS MORTOS - Devemos compreender que este grupo seja composto de todos os que morreram no pecado, quer estejam mortos espiritual quer fisicamente.

Os ímpios na terra, na época em que se instala este trono, são imediatamente transferidos para ele, ao mesmo tempo em que os mortos no inferno são ressuscitados e forçados a comparecer com eles. Esperam, aqui, a sentença de condenação, como prisioneiros num tribunal.
 
A ressurreição aqui mencionada não é "dos mortos" (para crentes), mas sim, a ressurreição final de todos os ímpios mortos para seu destino último. 
Todos os ímpios mortos, antes que Cristo viesse à terra, terão para julgá-los o livro da lei (Rm 2:12; 3:19).
Todos os ímpios mortos, depois de Cristo, serão julgados pelo evangelho da graça (Rm 2:16; Jo 3:18-19; 12:48).
Os ímpios mortos depois da segunda vinda de Cristo serão julgados pelo evangelho eterno.
Todos os tipos de pecadores devem comparecer à presença deste trono espantoso, como o indica a frase "pequenos e grandes".

Hoje temos várias classes e distinções sociais e raciais. Mas tais distinções deverão desaparecer quando o Juiz tomar o seu lugar, pois Ele não faz acepção de pessoas. Os orgulhosos e poderosos e também os insignificantes devem entrar no lago de fogo – Apc 21.8 - Nenhuma das pessoas aqui mencionadas poderá apelar do seu julgamento.

(D.4) – O MAR - Em sua descrição do novo mundo, João declara que o mar já não existe. Isso significava muito para João, que, na prisão da ilha de Patmos, sabia que o mar Egeu o separava daqueles a quem ansiava servir. Mas qual é a implicação completa desta frase com referência ao mar entregando os mortos que nele havia?


Deve-se tratar o "mar" como simbólico da condição inquieta da humanidade e, portanto, descritivo da entrega das massas irrequietas ao Juiz? Ou devemos aceitar a interpretação usual — que todos os que morreram afogados no mar devem emergir de seu túmulo de água?


Parece-nos que a frase seguinte: "a morte... entregaram os mortos que neles havia", abrange todos os que morreram e foram sepultados na terra ou no mar.
Com o passar da terra e do céu, o mar também desaparecerá e, portanto, todos os seres que estiverem em seu túmulo líquido deverão comparecer à presença daquele que criou o mar.

(D.5) – A MORTE E O HADES - A morte, ou o túmulo, continha os corpos dos perdidos e o hades, os seus espíritos. Agora corpos e espíritos se unem, e com seus corpos eternos de vergonha e espíritos eternos, os condenados vão para a morte da morte.
Finalmente, também, esse monstro é destruído: "O último inimigo a ser destruído é a morte." 
Hades ou inferno é a habitação presente dos perdidos. Esta residência temporária, contudo, dá lugar ao juízo do lago de fogo, mais terrível e eterno. Tal ressurreição é mencionada como de vergonha (Dn 12:2); dos injustos (At 24:15); da condenação (Jo 5:29).

A morte e o hades rapidamente seguem seus ocupantes para dentro do lago de fogo (Apc 20:14). Trazidos à existência por causa da obra de Satanás, agora o seguem para a perdição eterna. E porque as chaves do hades e da morte pendem do cinto de Cristo, Ele pode agir como desejar com tais habitações – Apc 1.18.

Assim, o lago de fogo torna-se o depositário final de todos os que se opuseram a Deus e a Jesus Cristo. Os condenados devem ser atormentados de dia e de noite para todo o sempre (Apc 20:10).

(5) – OS LIVROS DO JUÍZO – Apc 20.12 – "Uns livros" - Implica existir no céu mais de um conjunto de registros. Estes livros representam o relato das obras das pessoas que vão ser julgadas. O Senhor conserva um registro fiel dos pensamentos, das ações e das palavras dos pecadores. Nada é por demais banal para ser registrado. Cristo tem o controle deste registro – Apc 3.5; 13:8; 17:8; 21:17.

As Escrituras mencionam alguns livros:

(A) – O livro da consciência – Rm 2.15; 9.1;


(B)– O livro da natureza – Jó 12.7-9; Sl 19.1-4; Rm 1.20;

(C) – O livro da Lei – Rm 2.12 cf Rm 3.20;

(D) – O livro do Evangelho – Jo 12.48; Rm 2.16;

(E) – O livro da nossa memória – Lc 16.25 – “Filho, lembra-te...”; Mc 9.44-48; Jr 17.1 – O rico lembrou-se das oportunidades passadas e perdidas. Lembrou-se do que Moisés e os profetas haviam dito. Lembrou-se da mensagem da Palavra santa de Deus. Lembrou-se, mas era tarde demais!
(F) – O livro dos atos dos homens – Ml 3.16; Mc 12.36; Lc 12.7; Apc 20.12.
(G) – O livro da Vida – Sl 69.28; Dn 12.1; Lc 10.20; Fp 4.3; Apc 20.15 - O livro da vida do Cordeiro é o registro de ouro dos que pertencem ao Senhor. Os nomes que estão neste livro foram escritos muito antes dos acontecimentos do grande trono branco.

A presença do livro da vida nessa ocasião é, certamente, para provar aos céticos que estão sendo julgados que os seus nomes não se encontram arrolados nele.
Embora a pessoa possa ter um registro favorável, evidentemente o que conta é a inserção de seu nome no "livro da vida" por Cristo. Não é ausência de obra mas ausência do nome que condena – Mt 7.22-23.
Podemos vislumbrar, em termos bem claros, que as ações dos incrédulos são registradas no céu. Como isto é feito não alegamos saber nem nos aventuramos a adivinhar. Está oculto em Deus, mas não devia haver dificuldade em crer nisto quando o próprio homem pode gravar grandes sinfonias e discursos na cera, e reduzir bibliotecas inteiras a microfilmes. Aí está o fato. Deus o afirma. O incrédulo pode zombar dEle, mas será julgado por Ele.

IV – CONSIDERAÇÕS FINAIS:

No Juízo Final não se admitirá advogado de defesa. Quem não tiver o nome no Livro da Vida, será condenado à perdição eterna – Apc 20.15 - Temos nossos nomes escritos lá?
FONTES DE CONSULTA:

1) A Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
2) Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2004 – Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade
3) Manual de Escatologia – Editora Vida – J. Dwight Pentecost
4) Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 1997 – Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
5) Apocalipse: O Drama dos Séculos – Editora Vida – Herbert Lockye