Mostrando postagens com marcador Apologetica. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Apologetica. Mostrar todas as postagens

sábado, 9 de agosto de 2014

VALE TUDO PARA PREGAR A CRISTO?

Por Augustus Nicodemus Lopes


Um amigo no Twitter me perguntou faz um tempo se Filipenses 1:18 não justificaria o evangelho gospel e o show gospel. E mais recentemente vejo pessoas usando o mesmo texto para justificar a construção do "templo de Salomão" pela Universal.

Para quem não lembra, Paulo diz o seguinte em Filipenses 1:15-18:

“Alguns, efetivamente, proclamam a Cristo por inveja e porfia; outros, porém, o fazem de boa vontade; estes, por amor, sabendo que estou incumbido da defesa do evangelho; aqueles, contudo, pregam a Cristo, por discórdia, insinceramente, julgando suscitar tribulação às minhas cadeias. Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei” (Fp 1:15-18).

A interpretação popular desta passagem, especialmente desta frase de Paulo no verso 18, “Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei” – é que para o apóstolo o importante era que o Evangelho fosse pregado, não importando o motivo e nem o método. A conclusão, portanto, é que podemos e devemos usar de todos os recursos, métodos, meios, estratégias, pessoas – não importando a motivação delas – para pregarmos a Jesus Cristo. E que, em decorrência, não podemos criticar, condenar ou julgar ninguém que esteja falando de Cristo e muito menos suas intenções e metodologia. Vale tudo.

Então, tá. Mas, peraí... em que circunstâncias Paulo disse estas palavras? Ele estava preso em Roma quando escreveu esta carta aos filipenses. Ele estava sendo acusado pelos judeus de ser um rebelde, um pervertedor da ordem pública, que proclamava outro imperador além de César.

Quando os judeus que acusavam Paulo eram convocados diante das autoridades romanas para explicar estas acusações que traziam contra ele, eles diziam alguma coisa parecida com isto: “Senhor juiz, este homem Paulo vem espalhando por todo lugar que este Jesus de Nazaré é o Filho de Deus, que nasceu de uma virgem, que morreu pelos nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia, e que está assentado a direita de Deus, tendo se tornado Senhor de tudo e de todos. Diz também que este Senhor perdoa e salva todos aqueles que creem nele, sem as obras da lei. Senhor juiz, isto é um ataque direto ao imperador, pois somente César é Senhor. Este homem é digno de morte!”

Ao fazer estas acusações, os judeus, nas próprias palavras de Paulo, “proclamavam a Cristo por inveja e porfia... por discórdia, insinceramente, julgando suscitar tribulação às minhas cadeias” (verso 17).

Ou seja, Paulo está se regozijando porque os seus acusadores, ao final, no propósito de matá-lo, terminavam anunciando o Evangelho de Cristo aos magistrados e autoridades romanos.

Disto aqui vai uma looooonga distância em tentar usar esta passagem para justificar que cristãos, num país onde são livres para pregar, usem de meios mundanos, escusos, de alianças com ímpios e de estratégias no mínimo polêmicas para anunciar a Cristo. Tenho certeza que Paulo jamais se regozijaria com “cristãos” anunciando o Evangelho por motivos escusos, em busca de poder, popularidade e dinheiro, pois ele mesmo disse:

“Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus” (2Co 2:17).

“Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade” (2Co 4:1-2).

“Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia. Desviando-se algumas pessoas destas coisas, perderam-se em loquacidade frívola, pretendendo passar por mestres da lei, não compreendendo, todavia, nem o que dizem, nem os assuntos sobre os quais fazem ousadas asseverações” (1Ti 1:5-7).

“Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade, é enfatuado, nada entende, mas tem mania por questões e contendas de palavras, de que nascem inveja, provocação, difamações, suspeitas malignas, altercações sem fim, por homens cuja mente é pervertida e privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro” (1Ti 6:3-5).

“Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus” (1Co 2:1-5).

Portanto, usar Filipenses 1:18 para justificar esta banalização pública do Evangelho é usar texto fora do contexto como pretexto.



Pregando o Evangelho dos Evangelhos!

sábado, 7 de junho de 2014

Silas Malafaia e a sua ostentação no púlpito

Recentemente o "pastor",Silas Malafaia, em pleno púlpito enquanto "pregava", exibiu seus bens materiais,como Mercedes E500, anel de 4 mil dólares, chegou a chamar os telespectadores de seu programa de menés.Veja o vídeos (a partir do minuto  28 - 36')

Sinceramente, isso tudo vimos no mundo do Rapper, Rock, Funk, e tantos outros astros de Hollywood. Mas ostentação no púlpito do Senhor? Isso é o fim dos tempos. Oremos porque tem muitos por alí nessas condições #malafaiadas.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Na minha igreja tem uma Arca da Aliança,mas ninguém se prostra nela, isso é idolatria?

Essa foi uma, dentre tantas perguntas, que me fizeram  no facebook. Propus-me a responder esta, pela relevância da mesma e a distorção que existe nos argumentos que motivaram a inserção de tais objetos, que têm prejudicado o evangelho genuíno de Jesus.

Em alguma igreja (não pergunte o nome, por favor), estão numa campanha sobre "ARCA DA ALIANÇA".

E dizem os realizadores que " assim como Obede-Edom levou a Arca para casa dele, o pastor mandou fazer varias arcas de papel", e pediu aos seus membros a levarem para suas casas, simbolizando assim, a presença de Deus; ou seja, os membros levarão a presença de Deus para suas casas numa arca.

E mais, dentro de 3 meses os membros devem pregar  o evangelho para 3 amigos e oferecer a Arca para eles levarem para as suas casas. E o mesmo pastor alertou o seu povo que  não é para adorar a Arca de papel( mas estão adorando!).

E segundo algumas fontes , nesta  igreja tem uma Arca da Aliança em tamanho real( é que dizem) mas ninguém la fica prostrado perante a Arca.

A pergunta que me foi dirigida é a seguinte: Essa igreja está sendo idólatra?


Minha resposta é sim. Isso é macumba irmãos, vigiem. Esse vosso culto será um culto místico (leia-se culto cheio de misticismo, sincretismo religioso) e isso não agrada ao Senhor. Porque Deus não dá a sua glória à objetos como esses e nem precisa de subterfúgios como esses para que as pessoas recebam a Sua presença. Basta crer nEle, que Ele logo se fará presente.
Talvez você diga:  “Mas nós não cultuamos a Arca, não adoramos ela, ela é apenas um símbolo, uma representação, etc.
Mas é esse é o pior problema: Não cabe na Nova Aliança fazer cultos desse "nipe" na igreja. Acabamos por idolatrar objetos, desse jeito. Essa é uma das heranças da falsa teologia neopentecostal, que fazem campanha de meias ungidas , colher de pedreiro,e tantas outras campanhas mais... Ou o irmão(ã) acha que é diferente com o que é feito nessas igrejas? Não é não! O movimento neopentecostal é uma das piores ameaças ao cristianismo bíblico, portanto, lutemos pelo evangelho bíblico.

Em Cristo ,
Xavier Campos Joaquim

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O BI$PO UNIVERSAL, O MI$$IONÁRIO INTERNACIONAL, O APÓ$TOLO MUNDIAL E O PASTOR DE BELÉM


Por Ciro Sanches Zibordi

Se você gosta de comentar, é preciso ler este loooongo artigo para entender o seu conteúdo.
Mas, se você não gosta de ler, ignore este artigo. # FicaADica.

Na atualidade, há três organizações conhecidas como evangélicas que, apesar de terem Deus no nome, não têm pregado o verdadeiro Evangelho. Elas “arrastam” multidões. Pessoas se acotovelam para ouvir “outro evangelho”, e não o Evangelho (cf. 1 Coríntios 15.1,2; 2 Coríntios 11.3,4; Gálatas 1.6-12; 1 Timóteo 6.3,4). Refiro-me a três grandes igrejas cujos templos estão sempre lotados. A maior delas ainda não conquistou outros planetas, mas a sua meta é crescer em nível universal. A segunda maior também está em boa parte do globo terrestre; trata-se de uma igreja internacional. E a terceira também não deixa por menos. Conquanto menor do que as outras, já se considera mundial.

Estou falando de três líderes carismáticos, telepregadores muito bem-sucedidos em seus negócios. Os dois primeiros fundaram a primeira igreja, de abrangência universal. O segundo e o terceiro saíram da primeira. O mais rico — está entre os mais ricos do país! — tem um reino à sua disposição. O segundo mais rico é um milionário, quer dizer, um missionário cheio de graça, que prega, canta, conta piadas... E o terceiro vem suando bastante — a ponto de os fiéis recolherem o seu suor! — para demonstrar que a sua igreja tem muito poder.

Essas igrejas aparecem na mídia todos os dias e têm muitos seguidores — você pode ser um deles! —, mas não pregam, como já disse, o verdadeiro Evangelho. A primeira prega o evangelho da prosperidade. A segunda, o evangelho triunfalista, à base de confissões positivas. E a terceira, o evangelho experiencialista e místico.

Os auditórios dessas igrejas, em geral, são formados por três tipos de pessoas, nessa ordem: interesseiras que frequentam cultos prioritariamente para se tornarem empresárias ou saírem de uma crise financeira; interesseiras que vão aos cultos para receberem curas, bens materiais ou soluções de problemas; e interesseiras que frequentam os cultos para receberem milagres. Jesus também era seguido por multidões de interesseiros. A diferença é que Ele pregava a verdade, o que fazia com que muitos deixassem de segui-lo (João 6.60-69).

Bem, a primeira igreja, de abrangência universal, contraria o que diz a Bíblia acerca do Reino de Deus, que “não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14.17), ao priorizar a prosperidade material. Deus faz prósperos os seus filhos (Salmos 1; 23; 37), mas um crente que só pensa em dinheiro e bens materiais está longe de agradar ao Senhor Jesus (Mateus 6.19-21; 1 Timóteo 6.9,20; Efésios 5.5).

A segunda igreja, de abrangência internacional, não prioriza a graça do Senhor Jesus, posto que promove um culto antropocêntrico, centrado nas necessidades humanas. As pessoas não frequentam os cultos primeiramente para adorar ao Senhor, e sim para receberem bênçãos, como se Deus fosse aquele bom velhinho do Pólo Norte... Deus abençoa o seu povo, mas o nosso culto deve ser cristocêntrico, isto é, em adoração e louvor a Cristo (1 Coríntios 1.22,23; 2.1-5). A oração modelo não começa com “O pão nosso de cada dia nos dá hoje”, e sim: “Pai nosso que está nos céus, santificado seja o teu nome” (Mateus 6.9).

Finalmente, a terceira igreja, de abrangência mundial, apresenta um culto aos milagres. Tudo gira em torno de sinais, prodígios, curas... Há problema nisso? Claro que sim! O Senhor Jesus, quando andou na terra, ficou o tempo todo curando os enfermos e fazendo milagres? Não! Ele ensinava, pregava e curava, nessa ordem (Mateus 4.23; 11.1). Ele ensinou mais que pregou; e pregou mais que curou. Além disso, pregar o Evangelho não é pregar milagres, pois estes são o efeito da pregação do Evangelho (Marcos 16.15-20). Por isso, na hierarquização que Deus estabeleceu para os dons do Espírito, milagres e curas aparecem depois de apóstolos, profetas e doutores (1 Coríntios 12.28).

Qual é o líder que está com a razão, visto que estão se digladiando há algum tempo? O bispo universal, que só prega a teologia da prosperidade, não fazendo jus à definição bíblica de Reino de Deus? Ou o missionário cheio de graça, conhecido em âmbito internacional? Ou ainda o apóstolo mundial que faz da pregação de milagres o seu carro-chefe, deixando de pregar o Evangelho pleno, composto de promessas, mandamentos e princípios? Enquanto os três disputam para ver quem é o melhor, sigamos o Bom Pastor, o nosso Senhor Jesus Cristo (João 10.11,27,28), o qual tem sido desprezado por muitos... Ele ainda é — e sempre será — o Caminho, a Verdade e a Vida (14.6).

#ProntoFalei, e muuuuito...

Ciro Sanches Zibordi

terça-feira, 13 de agosto de 2013

As diferenças entre os Atos dos Apóstolos e os “atos proféticos” dos apóstolos modernos (3)


Amados, gostaria compartilhar com todos, essa que é a terceira parte dessa série sobre "Atos dos apóstolos x atos proféticos.
Confesso que tem sido muito gratificante estudar sobre estes assuntos.

Quem quiser ver as partes anteriores clique aqui1 e aqui2

1)      Quando questionado para os Apóstolos sobre “ o nome e o poder” de quem eles faziam os sinais e maravilhas, eles respondiam (cheios do Espírito Santo), que tudo aquilo era feito pelo nome e autoridade de Jesus. E hoje o que se vê é totalmente contrário à isso. Vemos propagandas de “igrejas milagreiras”, “apóstolos milagreiros”, etc, como se existissem lugares específicos para acontecerem sinais e pessoas específicas para tais “atos proféticos”.

2)      A cura de um enfermo para os Apóstolos era um sinal de gozo (por Deus usar eles a ajudarem  alguém necessitado), mas para os “ungidos” de hoje esse é mais um motivo para explorar os “coitados” ao ponto de faturarem deles uma fortuna.

3)      Os santos Apóstolos reconheceram que “em nenhum outro nome havia salvação” senão no nome de Jesus. Mas  as “igrejas” dos “atos proféticos” acreditam na existência da salvação da alma mediante as ofertas e dízimos  e tantos outros atos proféticos inventados por eles.

4)      Alguns, ou quase todos os Apóstolos de Jesus “eram homens sem letras e indoutos”, mas falavam ousadamente sobre Cristo e somente de Cristo. Mas hoje temos em nossos dias homens tão letrados  que chegam a se intitular DD(Doutores em Divindade), mas o que eles menos sabem falar é de Jesus.

5)      Quanto ao seu comportamento com pessoas do Reino de Deus, os Apóstolos de Jesus não eram homens de má fama como os atuais APÓSTATAS que são imorais, adúlteros, caloteiros, etc.As pessoas  não sabiam em quê lhes acusar de algo; mas hoje se alguém entra em nossas igrejas, o que tem de pessoas em dívidas com os outros, é um absurdo. O que tem de igrejas "milionárias", mas com nome sujo na praça, etc.....

6)      Os sinais que aconteceram em Atos dos Apóstolos eram inquestionáveis pela multidão pelo genuíno ensino dos Apóstolos. Mas hoje todos conseguem questionar qualquer sinal miraculoso em nosso meio devido a nossa má conduta dos ditos "ungidos".

7)      Quando pedidos para  nunca mais falarem nem ensinarem sobre o nome de Jesus eles( os verdadeiros apóstolos), disseram: Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir antes a vós do que a Deus. Ah, mas hoje se um líder dos “atos proféticos” fosse proibido de anunciar Jesus, com certeza trocaria por qualquer outra proposta que lhe favorecesse. Mas os iletrados Apóstolos disseram “não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido”. Que exemplo maravilhoso!

8)      Os que estão errados nas “igrejas” dos “atos proféticos” não são apenas os seus “mestres”, mas o povo.Sim, o povo será culpado por isso. Temos a Bíblia para consultar e ainda continuamos aceitando tais erros? Acorda povo, esses não são pastores, são mercenários. O povo de Atos “glorificavam a Deus pelo que acontecera aos Apóstolos”, e o povo da igreja dos “atos proféticos” também glorificam a Deus pelos absurdos que seus FALSOS APÓSTOLOS continuam fazendo... Quem está certo agora, se todos dizem dar glórias a Deus? Os povos da Bíblia, é claro!

9)      Por outro, o povo de Atos, “unânimes levantaram a voz a Deus e disseram: “Senhor tu és o que fizeste o céu, e a terra, e o mar, e tudo o que neles há”” ; Mas hoje infelizmente, os crentes das “igrejas dos atos proféticos”, já não reconhecem o senhorio de Cristo nas coisas que acontecem em suas congregações. A glória tem sido dada aos “apóstolos”. E o mais agravante, os apóstolos não repreendem o povo para ensinarem o caminho certo. Triste!

10)   Os Apóstolos entendiam bem quando a questão era crer em Cristo e padecer por Ele, mas os atuais ungidos não aceitam a segunda parte, que é PADECER por Cristo. Porque para eles, quem PADECE no Evangelho é amaldiçoado.

Pode demorar um pouco para publicar a quarta parte, devido as minhas aulas que já começaram, mas com certeza, a série continua....

Em Cristo, 
Xavier Campos Joaquim


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Exortações aos Carismaníacos: 1Coríntios 14 como paradigma da liturgia pentecostal


Por Esdras Costa Bentho

em vez de adorarmos integralmente ao Senhor em nossas reuniões, dividimos o tempo com propagandas de viagens a Israel, bandeiras de cartão de crédito, consórcios.
O capítulo 14 de 1 Coríntios é uma terceira abordagem da mesma problemática desenvolvida nos capítulos 12 e 13. 

Observe que o capítulo inicia-se com o verbo imperativo "diokete"1, isto é, “ir após com insistência”, em vez de um conectivo. No capítulo 12, o apóstolo dos gentios descreve os dons espirituais classificando-os em: (v.4) "diversidade de dons" (diaireseis de charismaton); (v.5) "diversidade de ministérios" (diaireses diakonion); (v.6) "diversidade de operações" (diaireseis energematon). A ênfase está na unidade e diversidade dos carismas. No capítulo 13, Paulo, embora exorte os crentes a buscarem os melhores dons (12.31), sobrepõe o amor aos carismas.

Todavia, neste capítulo, o apóstolo discute a relação entre os dons espirituais e a edificação da comunidade cristã. O tema (leitmotiv) da perícope acha-se no v. 26: "Faça-se tudo para edificação" (v.12). O termo "edificar" (oikodomeo) aparece sete vezes no capítulo (vv.3, 4, 5, 12, 17, 26). O sentido básico é "construir", "erigir", "construir". De acordo com Vine, procede de "oikos" e "demo", literalmente "construir uma casa" e, metaforicamente, "promover o crescimento espiritual e o desenvolvimento do caráter"2.

Contexto Histórico e Propósitos

As religiões de mistérios multiplicaram-se nos domínios da Grécia e de Roma. Os adeptos desses cultos eram conhecidos pelos seus "dotes espirituais", "transes", "glossolalia", "visões", e seus iniciados eram chamados de "pneumatikos", "pessoas espirituais". Variegados membros dessas religiões converteram-se ao Evangelho e, não poucos, estavam presentes na comunidade cristã de Corinto (1 Co 12.1), como também na igreja cristã da cidade de Colossos, provocando uma espiritualidade confusa, sincrética e radical (Cl 2). Nesta última cidade, os crentes chegaram até mesmo a cultuar os anjos, evitar certos alimentos e condenar o casamento. Neste contexto sociorreligioso, as manifestações espirituais na igreja moviam-se entre o exibicionismo e a soberba espiritual, provocando uma balbúrdia e distorção dos carismas. 

Lembre-se o leitor que as religiões de mistério nessas duas cidades dividiam a humanidade em pneumatikoi (os espirituais), hilikoi (os materialistas) e psichikoi (os naturais ou racionais). No epicentro desta querela estavam os "profetas", dotados do carisma da profecia, e os "glossolalos"3, que falavam em variedades de línguas (vv. 3,4). Portanto, Paulo escreve com o propósito de:

1) distinguir o valor didático e coletivo da glossolalia e da profecia, vv.1-9;
2) apresentar a função didática dos carismas no culto, vv.12-19;
3) exortar à maturidade v.20;
4) descrever ambos os dons como sinal (semeion) na liturgia, vv.22-25;
5) solicitar ordem na liturgia, vv.26-40.

Em nenhum momento Paulo condena os carismas ou diminui sua importância, conclui: “procurai, com zelo, profetizar e não proibais falar línguas” (v.39). Pelo contrário, distingui o valor e a função pública dos carismas. Assim, o dom de variedades de línguas é considerado útil à congregação, caso haja quem o interprete, e igualmente importante para a devoção particular, quando não há intérprete (vv.2,4-5). O dom de profecia, um dom didático, exortativo e comunitário, é ressaltado pela sua importância pública e coletiva (v.3). O dom de línguas e o de profecias recebem elogios e exortações (v.2,4-28; vv.29-40). Os encômios são dirigidos à correta função dos carismas na edificação pessoal e comunitária, enquanto as advertências ao uso imprudente e inoportuno, que provocam balbúrdia. O espanto e tumulto eram tantos que Paulo afirma que “Deus não é de confusão” (v.33). O que significa afirmar que o uso incorreto dos carismas revelava desconhecimento da parte dos glossolalos (que falavam em línguas) e dos profetas da natureza eirênica e ordeira do Senhor. Ambos os dons servem de fundamento para compreendermos a necessidade de dons didáticos para a liturgia congregacional e de certos carismas cuja natureza é mais pessoal do que coletiva.

Um dado importante no capítulo é que o dom, seja de línguas, seja de profecias, é encarnacional. Alguns entendiam que o dom era apenas sobrenatural, ou seja, o Espírito Santo é o agente e o cristão apenas o instrumento passivo dessa manifestação carismática. Desta forma, o glossolalo e o profeta se eximiam de qualquer responsabilidade na manifestação do carisma, atribuindo ao Espírito toda e qualquer desordem (v.33). Os dons porém são encarnacionais, isto é, o crente é também o agente e não apenas o instrumento. O profeta, por exemplo, não deixa de ser quem é, não perde sua cultura e formação, mas antes as exprime por meio do carisma. Ele, assim como o glossolalo, é responsável pelo modo como recebe o dom e o manifesta em público. De acordo com Paulo pode haver até mais de uma profecia no culto, mas instrui que cada profeta deve esperar sua vez; a recomendação também diz respeito ao que fala em línguas. Não existe edificação se não se entende o que se está dizendo ou acontecendo, se não há um propósito claro. Deus não se contradiz. Como pode “falar por meio de um profeta” e ao mesmo tempo ser repreendido por outro que também afirma falar em nome dele, ou melhor, que é “Ele quem fala?” Tal contradição não deve ser aceita na liturgia pentecostal!

Aqui os pregadores e avivalistas, sejam quais forem os nomes que lhes sejam dados (“vaso”, “canela de fogo”, etc.), sejam quais forem os cognomes que lhes sejam atribuídos (“filho do fogo”, “quebra-vaso”, “filho do trovão”, “ferrolho de fogo”, etc.) têm culpa por sua cumplicidade e adesão ao “culto maníacos”, ordenando “marchas”, “danças”, “pulos” entre outras esquisitices que não correspondem à herança pentecostal ensinada por nossos fundadores. Da mesma culpa compartilham os organizadores desses eventos. Num desses, o culto público realizado às quintas-feiras foi cancelado para os "profetas" irem ao monte a fim de se prepararem para "o encontro de vasos" que seria realizado no sábado daquela fatídica semana. Que dureza! Isso senhores, não é avivamento, mas manipulação das emoções e dos carísmas. Paulo exorta afirmando: "Irmãos, não sejais meninos" (v.20). Não se deixem usar pelos pregadores que buscam sucesso por meio da manipulação dos carismas.

Estrutura
O capítulo está dividido em quatro seções:
1) vv.1-25: Distinções, propósitos e superioridade do carisma profético;
2) vv.26-35: A liturgia e a regulamentação dos carismas;
3) vv.36-38: Autoridade paulina;
4) vv. 38,39: Síntese do discurso.

Comentário e Aplicação
O culto, tanto no Antigo ('abad) quanto em o Novo Testamento (latreuo), significa "servir", "serviço", referindo-se à liturgia sagrada oferecida ao Senhor (Êx 20.5; Mt 3.10). O culto é um serviço de gratidão e adoração a Deus por todas as bênçãos salvíficas (Sl 116.12,13). A pessoa principal da liturgia cristã não é o crente carismático, mas o Senhor Jesus Cristo (Ap 15.3,4).

Lamentavelmente, muitas igrejas têm substituído a divina pessoa de Jesus Cristo por outros personagens evangélicos. Deixam de lado Aquele que é manso e humilde de coração para abraçarem ególatras; abandonam Aquele que a si mesmo se doou para receberem os que pedem polpudas doações; se esquecem dAquele cujo corpo encheu-se das cicatrizes do amor para agradarem aos que estão cheios das medalhas da fama.  

Além de o culto ter como propósito a adoração a Deus, ele também nutre a edificação da comunidade redimida (vv.4,5,12s). Todavia, em vez de adorarmos integralmente ao Senhor em nossas reuniões, dividimos o tempo com propagandas de viagens a Israel, bandeiras de cartão de crédito, consórcios. Trocamos a adoração pelo comércio, a piedade pela hedonismo, a contrição pela evasão de si. Voltemos a celebrar ao Senhor e a unidade do Corpo de Cristo em nossos cultos, tornando-os didáticos, piedosos e festivos.

Sabemos que a liturgia da igreja primitiva era dinâmica, espontânea e com manifestações periódicas dos carismas concedidos pelo Espírito Santo (Rm 12.6-8; 1 Co 12.4-11, 28-31). Os cultos da igreja de Corinto eram carismáticos (1 Co 12; 13; 14), pois todas as manifestações do Espírito, as diversidades de ministérios e de operações, encontravam-se naquelas reuniões (1 Co 12.4-6). Porém, a igreja estava envolvida em diversas dissensões e litígios (1 Co 1.10; 6.1-11); pecados morais (1 Co 5) e, principalmente, desordem no culto de adoração a Deus (1 Co 11.17-19; 14.26-35). A desordem era tal que o próprio culto tornou-se um entrave ao progresso espiritual dos crentes. Eles eram imaturos e carnais (1 Co 3.1-4 ver v.20).

Por fim, diz Paulo:
“Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo, são mandamentos do Senhor” (v.37).

Notas
1. Literalmente "ir após com persistência".
2. VINE, W. E. (et al.) Dicionário Vine. 7.ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp.582-3.
3. Tradução grega de "ho lalon glossei".
Sobre o autor:
Esdras Costa Bentho é pastor, teólogo, especialista em Hermenêutica Bíblica e pesquisador em Hermenêutica Filosófica, chefe do Setor de Bíblias e Obras Especiais da CPAD e escritor. É autor dos livros “A Família no Antigo Testamento – História e Sociologia” e “Hermenêutica Fácil e Descomplicada”, e co-autor de “Davi: As vitórias e derrotas de um homem de Deus”, todos títulos da CPAD.


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

As diferenças entre os Atos dos Apóstolos e os “atos proféticos” dos apóstolos modernos (2)


Caros amigos e leitores do pregai o evangelho, hoje estamos na segunda parte da nossa série sobre "Atos dos Apóstolos X atos proféticos. Que não leu a 1ª parte, leia aqui, e espero que gostem de toda a série. Boa leitura.

1)      Os apóstolos preocupavam-se com a exposição das Escrituras, enquanto os falsos mestres de hoje estão preocupados com os métodos que funcionam para o sucesso e crescimento de uma congregação. Preocupados com coisas mais atraentes para a carne do que um possível desconforto para eles – entenda-se confronto de seus pecados.

2)      Na igreja dos Apóstolos os crentes tinham tudo em comum, se preocupavam com o bem comum dos outros e os crentes eram chamados de salvos, ao passo que na igreja dos apóstolos de hoje “cada um para si Deus para todos”, ninguém quer saber se um irmão está passando necessidade e os crentes são chamados ( de acordo com a sua contribuição) de parceiros, contribuintes, etc.

3)      Na Igreja primitiva também todos os dias se aumentavam os que se haviam de salvar ao passo que nas igrejas modernas dos atos proféticos cada dia aumenta-se o numero de pessoas a procura de bênçãos de Deus invés do Deus das bênçãos.

4)      O que para os Apóstolos era hora de oração, para os modernos apóstolos é campanha de oração (campanha das 7  sexta-feira,campanhas e mais campanhas).E campanha de oração é muito diferente de hora de oração.

5)      A relação entre os Apóstolos e os crentes de sua época era de irmão para irmão, contrário  dos de nossos dias a relação é de ídolo para fã. Enquanto os Apóstolos a única coisa que eles não tinham era o ouro e a prata- mas tinham Jesus. Para  os modernos o que não lhes falta é o dinheiro, mas em contrapartida não têm Jesus.Os atuais até mesmo tendo o ouro e a prata não querem compartilhar com os santos os seus bens, ou seja até o que eles mais têm não conseguem compartilhar.

6)      “Os Apóstolos quando diziam “olha para nós” era para mostrar a sua miséria, ou seja, sua pobreza material; mas os falsos apóstolos quando dizem o mesmo, querem dizer “ olha como somos ricos, venha e experimente para ser igual a nós”, como se Deus fosse um fabricante de milionários.

7)      Quando um milagre era realizado na igreja primitiva, os Apóstolos diziam que “foi Deus que realizou”, mas hoje quando acontece o mesmo em alguns lugares, dizem que quem fez foi o apóstolo ou a igreja X ou Y. E quando acontecia um milagre e o povo pensarem que os Apóstolos foram os autores de tais sinais, eles reprendiam na hora e davam toda honra e glória ao Senhor,repreendi ao povo por não saber dar glórias a Deus e aproveitavam tal oportunidade de anunciar Cristo, mas hoje em dia a glória tem sido dada aos homens e denominações, infelizmente.

8)      Enquanto os Apóstolos atribuíam os milagres a Deus [Nome de Jesus], hoje os apóstolos atribuem tais atos ás suas instituições sua santidade e sua piedade.

9)      Os Apóstolos ensinavam o povo a ouvir a voz de Jesus, mas hoje, os pseudoapóstolos dizem-se serem os donos da verdade com seus diversos “atos proféticos”.


10)   Os Apóstolos de Jesus foram várias vezes encarceradas por anunciarem e ensinarem o povo a anunciar também, o Jesus crucificado. Mas hoje os apóstolos da mentira são presos por roubos, estupros e tantos outros crimes. Está difícil ver os “ungidos” hoje presos pela causa do Evangelho de Jesus.

Que Deus abençoe a todos! A série continua....

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

As diferenças entre os Atos dos Apóstolos e os “atos proféticos” dos apóstolos modernos (1)


Amigos e leitores do Pregai o Evangelho, como havia prometido, hoje começa a nossa série de diferenças entre Atos dos Apóstolos X "atos proféticos" dos apóstolos modernos. Lendo e meditando no livro Atos dos Apóstolos, surgiu-me essa curiosidade, e está cada vez mais fascinante, encontrar tais diferenças.Não terminei,mas o que está escrito dá para uma série, repartidas em três partes. A primeira diferença que gostaria de destacar aqui em primeira mão, é que Atos dos Apóstolos é muito diferente dos atos apostólicos (e muitos!)
Vejamos: 
1)      Os Apóstolos, antes de consagrar um novo ministro oravam primeiro, ao passo que os profetas dos atos proféticos consagram seus ministros consoantes à renda que o membro possui ou contribui na congregação.

2)      Enquanto os Apóstolos ensinavam os cristãos a congregarem-se para receberem a virtude do Espírito Santo,e outros benefícios do Reino, os apóstolos modernos ensinam que podemos ficar distanciados da congregação, chegando até ao ponto de tomarmos Santa Ceia via SEDEX (Correios), desde que tenhamos dinheiro para possuirmos o kit da pseudocéia.

3)      Os santos Apóstolos entenderam desde cedo que não era necessário ser judeu para receber o Dom do Espírito, mas para os pseudoapóstolos dos “atos proféticos” precisam ser considerados alguns “atos proféticos” como tocar o shofar , carregar a Arca da Aliança em seus púlpitos para representar  a “presença de Deus, etc...

4)      Os Apóstolos ensinaram que os “jovens terão visões e os velhos terão sonhos”, ao passo que os modernos ensinam os “jovens a sonhar, e os velhos a ter visões”.Lembrando que quem sonha, sonha com o que já viu (coisas da terra) e quem tem visões, vê coisas que só Deus tem (coisas celestiais). E não é que  os apóstolos modernos estão ensinando os mais jovens, a morar na terra invés de ensinar como morar no céu?

5)      Os apóstolos ensinaram  a invocar o nome do Senhor antes que chegue o grande e glorioso Dia do Senhor, mas os modernos dos “atos proféticos” nos ensinam a invocar MAMOM antes que chegue o dia da pobreza, como se Deus condenasse as pessoas pobres e necessitadas.

6)      Os Apóstolos ensinaram que “Deus derramou do Seu Espírito”, mas os contemporâneos apóstolos falsos entendem que depois do derramamento do Espírito em suas vidas  eles poderiam fazer um “ato profético”, com a sua chamada TRANSFERÊNCIA DE UNÇÃO. Ou seja, Deus me deu, me deixa distribuir/compartilhar um pouco com você. Em nenhum  lugar da Bíblia apoia essa prática, portanto, é antibíblica.

7)      Os apóstolos num momento muito crítico de sua nação tiveram a ousadia de condenar os atos pecaminosos dos governantes de sua época, ao passo que os modernos, aproveitam-se dos momentos críticos da nação para fazer alianças políticas e eclesiásticas com governos corruptos. Preferem “Sabor de Mel” da vingança invés de um confronto  dos erros de seus governantes.

8)      Os apóstolos ensinavam os crentes ansiarem pelo céu, ao passo que os “ungidos”  motivam pessoas a viverem e pensarem somente aqui com suas falsas teologias (prosperidade, confissão positiva, triunfalistas, etc).

9)      Após uma mensagem dos apóstolos os ouvintes sentiam-se confrontados e perguntavam “o que faremos?”, eles responderiam “Arrependei-vos para que sejam perdoados os vossos pecados”, mas hoje após a pregação dos “proféticos” se um irmão perguntar o que devo fazer, a resposta será “leia meu livro, “os sete passos do sucesso”,dê apenas o dízimo e serás próspero como eu, etc....

10)   Enquanto os Apóstolos diziam “salvai-vos desta geração corrompida”, ou seja, RENUNCIEM  vossa antiga maneira de viver, os apóstolos modernos dizem “venham como estão e permaneçam como vieram. Enquanto os primeiros preocupam-se com a quantidade + qualidade,os segundo estão pensando apenas numa quantidade Sem qualidade.

A série continua.....