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terça-feira, 20 de agosto de 2013

As características do sermão evangélico


Por Claudionor de Andrade


A pregação como forma de ensino relevante e transformador



“Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a Palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências (2 Tm 4.1-3).”
 
INTRODUÇÃO

Neste artigo, mostraremos que a pregação não é uma mera peça de oratória; é mais do que isto: é uma forma de ensino que prima pela qualidade e pela excelência. Aliás, foi o método usado pelos santos profetas e apóstolos. E, hoje, todos os pregadores que fazem questão de realçar a pregação como ensino sistemático da Palavra de Deus, vêm colhendo abundantes resultados. A afirmação é de John Stott:

“A pregação é indispensável para o Cristianismo. Sem a pregação, ele perde algo necessário que lhe confere autoridade. Isso porque o Cristianismo é, essencialmente, uma religião da Palavra de Deus.”
 
 
I. A VERDADEIRA PREGAÇÃO É BÍBLICA
A pregação verdadeiramente bíblica tem como fonte o Antigo e o Novo Testamento. Se a nossa mensagem for especulativa nenhum efeito terá sobre os corações necessitados e carentes da graça de Deus. O profeta Isaías, sabedor dessa verdade, tinha as Sagradas Escrituras como a fonte de suas mensagens: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva” (Is 8.20).

João Crisóstomo, que pregou durante doze anos na catedral de Antioquia, antes de tornar-se bispo em Constantinopla, em 498 d.C., assim ressalta a importância da pregação bíblica: “Um único meio e um único modo de cura nos foi dado e este é o ensino da Palavra de Deus.”
 
II. A VERDADEIRA PREGAÇÃO É EVANGÉLICA
Como pregamos e fazemos teologia dentro do contexto da Igreja, todos os nossos pronunciamentos e ensinos têm de ser, necessariamente, evangélicos, conforme ressalta o apóstolo Paulo: “Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado (1Co 2.2)”.

John Wyclife (1329-1384), conhecido como a estrela da alva da Reforma Protestante, afirmava que a primeira missão do ministério era pregar o Evangelho: “O serviço mais sublime que os homens poderão alcançar na terra é pregar a Palavra de Deus. Portanto, se nossos bispos não pregarem pessoalmente e se impedirem os sacerdotes verdadeiros de pregar, serão culpados dos mesmos pecados daqueles que mataram o Senhor Jesus”.
 
III. A VERDADEIRA PREGAÇÃO É PROFÉTICA
Além de evangélica, nossa mensagem tem de transformar vidas e a própria sociedade; caso contrário: estaremos laborando em vão. Ou seja: temos de pregar e ensinar com autoridade como se fôramos profetas de Deus. Vejamos o exemplo de Jonas: “Começou Jonas a percorrer a cidade caminho de um dia, e pregava, e dizia: Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida (Jn 3.4)”.

Lutero tinha uma mensagem profética e por esta entregava-se totalmente a Deus: “O pregador deve arriscar-se e envolver o corpo e o sangue, as riquezas e a honra na Palavra. Deve-se deixar zombar e escarnecer por todos. O pregador é o profeta e o atalaia da Casa de Deus”.
 
IV. A VERDADEIRA PREGAÇÃO É ENSINO
Por que algumas mensagens não surtem mais resultados? Porque os pregadores esqueceram-se de algo básico: pregação é ensino”. Era o que mostrava Jesus em seu ministério terreno: “Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino” (Mt 4.23).

Ouçamos Erasmo de Roterdam: “A função mais importante do sacerdote é o ensino (...) mediante o qual possa instruir, admoestar, repreender e consolar”.
 
V. A VERDADEIRA PREGAÇÃO DEVE OCUPAR O PRINCIPAL LUGAR NA IGREJA

No livro de Atos, observamos que a pregação da Palavra de Deus sempre tomou um privilegiado lugar na Igreja. Ouvir e aceitar uma exposição das Sagradas Escrituras significava conformar-se à doutrina dos profetas e apóstolos. Eis por que Pedro tomou esta sábia resolução: “Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas” (At 6.2).

Um dos alvos da Reforma Protestante foi, justamente, reavivar o púlpito como o ponto central do culto evangélico. Rolando Bainton escreve: “A Reforma deu centralidade ao sermão. O púlpito ficava mais alto que o altar, pois Lutero intentava que a salvação era mediante a Palavra. A igreja deve a sua vida à palavra”.
 
VI. A VERDADEIRA PREGAÇÃO É SEMPRE DIALÓGICA, POIS LEVA O PECADOR A RACIOCINAR ACERCA DE SUA CONDIÇÃO ESPIRITUAL
A pregação não é um monólogo construído a partir de uma qualidade oratória. È um diálogo, cujo alvo principal é o ensino conforme escreveria Charles Spurgeon:

“Orem e preguem de tal maneira que, se não houver conversão, vocês ficarão atônitos, estupefatos e de coração quebrantado. Acreditem na pregação de seus ouvintes tanto quanto o anjo que soprar a última trombeta terá a certeza da ressurreição dos mortos. Creiam na sua doutrina! Creiam no seu Salvador. Creiam no Espírito Santo que habita em você. Pois assim será realizado o desejo do seu coração, e Deus será glorificado”.

Uma pregação que tem como alvo o ensino, não ficará vazia de resultados.
 
CONCLUSÃO
Transformemos, pois, nossas pregações em experiências de ensino relevante e sistemático da Palavra de Deus. Somente assim, poderemos ter um ministério realmente frutífero em nome de Cristo Jesus. Pregue sob a unção do Espírito Santo. Menos do que isso é inadmissível.

Fonte: Cpad News