Pregando o Evangelho dos Evangelhos!
Por pr.Geraldo Carneiro Filho
A ESPERANÇA MESSIÂNICA DE ISRAEL
I - INTRODUÇÃO
Messias no hebraico significa "O
Ungido". No grego, significa
"Cristo" - Jo 4.25-26; Mt 26.62-24; Mc 14.60-62 (segredo messiânico).
Aquele que foi ungido por Deus e capacitado pelo Espírito Santo para libertar Seu povo e
estabelecer Seu reino - Mt 16.15-18.
No pensamento judaico, o Messias seria o rei dos
judeus, um líder político. Já no pensamento cristão, refere-se ao papel de
Jesus como um Libertador espiritual, livrando o Seu povo do pecado e da morte -
Jo 1.19-20; 7.30-31, 40-42 cf Mt 8.27-30; Jo 18.33-36.
A maioria esperava que o Messias fosse um líder
político, um rei, que derrotaria os romanos e satisfaria as necessidades
físicas dos israelitas.
Jesus compreendia que o Messias, O Ungido de Deus, era
o Servo sofredor - Is 52.13 - 53.12.
O fato de Jesus ser O Messias sofredor (um libertador
crucificado) era para os judeus um sinal de fraqueza, de impotência e fracasso
de Jesus. Eles rejeitavam um Messias crucificado - I Cor 1.17-25 cf I Jo 2.22.
A esperança de Israel, quanto à vinda do Messias
prometido, afetada por centenas de anos, pelas lutas e pelo silêncio da voz
profética, foi avivada pela mensagem de Simeão e Ana, servos de Deus, que
ansiavam pela vinda de Cristo.
II – AS PREDIÇÕES MILENARES:
As predições da vinda do Messias constituía a
esperança de Israel e são frequentes em todo o Antigo Testamento.
1. Antes de Abraão - O Pentateuco, aceito sem
reserva por Israel, inclui o Gênesis, no qual se encontra a primeira referência
ao Messias, representado pelo descendente da mulher, nestas palavras: "E
porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua
semente" (Gn 3.15). Esta promessa teve o seu cumprimento, quando Deus
enviou o seu Filho, nascido de mulher, para redimir a raça humana (Gl 4.4,5).
Isto é exposto por Paulo, um israelita, que transmite esta revelação ao seu
povo com muita segurança.
2. Antes de Davi. São numerosas as profecias e
simbologias que constituem a esperança de Israel, o povo escolhido de Deus. Com
a chamada de Abraão, o Senhor transmite a Israel as promessas da vinda do
Messias, designado nas Escrituras por vários símbolos e tipos. Ele seria:
• O descendente de Abraão, através de quem
viria uma multidão numerosa "como as estrelas dos céus" (Gn 22.17; Gl
3.16). Esta passagem também se refere à descendência espiritual, pois a
expressão, "como areia do mar", simboliza os descendentes naturais
de Abraão.
• O profeta semelhante a Moisés, ao qual
todos, especialmente os judeus, deveriam ouvir, para ter vida (Dt 18.18,19; At
3.22,23).
3. Depois de Davi. Ao se aproximar o tempo da
vinda do Messias, mais abundantes e claras ficaram as predições a seu respeito.
Isaías o chama de Emanuel, o Deus conosco (Is 7.14); o Redentor, o Santo de
Israel (Is 41.14); o Servo, sobre quem repousa o Espírito de Deus, e desfaz as
transgressões de Israel como névoa (Is 42.1; 44.21,22); "O homem de
dores", que foi ferido pelas transgressões do seu povo (Is 53). O Sol da
justiça, que traria salvação (Ml 4.2). Estas e muitas outras passagens davam a
Israel a certeza de sua vinda.
4. Por que Israel desconheceu o Messias? "Um
abismo chama outro abismo" (Sl 42.7). Israel rejeitou o governo teocrático
sob o qual vivera por longos anos. De tal modo afastou-se do plano de Deus
que, na presença do Messias, disse: "Não temos rei, senão César!" (Jo
19.15). Evite afastar-se de Deus! Leia o Salmo 73.27,28.
III - A ESPERANÇA MESSIÂNICA DIVULGADA
Os homens se omitem por comodismo, egoísmo ou
outros sentimentos perversos. Deus, ao contrário, porque ama o seu povo,
apressa-se em revelar os seus planos e tem meios para agir em todas as circutâncias.
Ele tudo fez para que Israel tivesse plena consciência da infalibilidade de
suas promessas e imutabilidade de seus propósitos.
1. Urgência das mensagens proféticas - À medida em
que os homens se excedem na prática do pecado, tendem a abusar da misericórdia
de Deus. Isto aconteceu com Israel, especialmente pela sua adoração aos falsos
deuses e consequentes envolvimentos em todos os tipos de imoralidade. Mas foi
aí que se evidenciou a persistência divina, através das profecias,
conclamando Israel a retomar ao seu Criador. Só em Jeremias encontramos dez
vezes as expressões: "Começando de madrugada"; "Falei, começando
de madrugada"; "Começando de madrugada os enviei" (Jr 7.13,25;
25.3; etc.).
2. A dispersão dos judeus - O Messias de Israel
seria também o Salvador do mundo. Para isto, muito contribuiu a dispersão dos
judeus, que falavam da sua esperança aos povos que os escravizavam, a exemplo
da menina judia, a serviço de Naamã (2 Rs 5.2,3).
3. A tradução das Escrituras para o grego - Com a
expansão do Império Grego, sob Alexandre, o Grande, o mundo beneficiou-se com a
sua cultura, ao tornar o grego o idioma universal, conhecido por soldados e
mercadores. Deus usou essa circunstância para executar os seus desígnios,
quanto à vinda do Messias.
Isaías predissera: "Causará admiração às
nações, e os reis fecharão as suas bocas por causa dele; porque aquilo que não
lhes foi anunciado verão, e aquilo que não ouviram entenderão" (Is 52.15).
Isto se tornou mais viável, quando Ptolomeu Filadelfo, rei do Egito, ordenou
que setenta e dois sábios judeus traduzissem suas leis, do hebraico para o
grego, beneficiando, assim, tanto os judeus, há anos distantes de sua terra,
como os demais povos.
4. A mensagem de João Batista - Mais ou menos
quatrocentos anos antes Malaquias proferiu da parte do Senhor a sua mensagem de
despedida, ao dizer: "Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo... Eis que
eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do
Senhor" (Ml 4.4,5).
Depois de tão prolongado silêncio, surge, no deserto
da Judéia, João Batista, em cumprimento da profecia: "Preparai o caminho
do Senhor, endireitai as suas veredas"(Is 40.3; Mt 3.3). Tudo isto
representa o empenho divino durante séculos, ao promover e avivar a esperança
de Israel, preparando-o para receber o Messias. Por isso, ao chegar ao mundo o
Desejado das nações, havia pessoas como Simeão e Ana, que o aguardavam
ansiosamente. Nos corações desses, a chama da esperança estava acesa.
IV - CARACTERÍSTICAS BÍBLICAS DO MESSIAS
Em virtude da abrangência do ministério de Cristo
para o homem (espírito, alma e corpo), para Israel e todo o mundo, as
Escrituras o retratam em seus vários aspectos como o Messias de todos os povos.
1. O Messias que Israel esperava - Todo o homem
entende as coisas de acordo com o seu ponto de vista. Os anos de escravidão e
sofrimento geraram nos filhos de Israel um ardente desejo da vinda de um
libertador, cheio de glória, para livrá-los do domínio de seus opressores. Esta
era a característica do Messias que esperavam. Todavia, não foi assim. Eis
como as Escrituras o apresentam:
a. Rei Justo e de reinado eterno: "Julgará os aflitos do povo, salvará os filhos do necessitado, e
quebrantarão opressor. Temer-te-ão enquanto durar o sol e a lua, de geração em
geração" (SI 72.4,5).
b. "Maravilhoso, Conselheiro,
Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz" (Is 9.6).
c. "O Senhor Deus lhe dará o
trono de Davi, seu pai, e reinará eternamente na
casa de Jacó, e o seu reino não terá fim" (Lucas 1.32,33 - Era este o
Cristo que Israel esperava para os dias amargos em que vivia).
2. O Messias que Israel não esperava. O Messias que
Israel não esperava era aquele que "não tinha parecer nem formosura",
era o "homem de dores, e experimentado nos trabalhos" (Is 53.2,3).
Os judeus não aguardavam um Messias tão pobre, que tivesse uma manjedoura como
berço (Lc 2.7), e não possuísse onde reclinar a cabeça. Um Cristo com tais
características escandalizava os seus compatriotas (Jo 1.11).
3. O Messias de que Israel mais necessitava - Jesus
disse que os judeus eram escravos do pecado, cujo salário é a morte (Jo
8.32-34; Rm 6.23). Portanto, em vez de um libertador político, à moda do rei
Davi, eles precisavam de quem os salvasse da condenação eterna (Mt 1.21; 2 Pe
2.19).
4. O Messias que se manifestou - Foi aquele que
veio buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10); tomou sobre si as
nossas enfermidades e foi transpassado pelas nossas transgressões (Is
53.4,5).O que nos ama e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados (Ap
1.5). Deus enviou o Messias, que trouxe alívio ao cansado e salvação ao
perdido, seja israelita ou não.
V - IDENTIDADE DO MESSIAS
Por muitas vezes, Jesus identificou-se com o
Messias prometido. Vejamos:
1. Maravilhoso no nascimento e no seu ministério -
Esta expressão se confirma em sua concepção (Mt 1.21-23; Lc 1.26-33), no seu
nascimento (Lc 2.7-14), no seu batismo e na sua apresentação ao mundo, para o
início de sua obra redentora, que transcorreu maravilhosamente (Lc 3.21,22).
Seu ministério, do princípio ao fim, teve excelente destaque, evidenciado pela
cura de enfermidades, expulsão de demónios e ressurreição de mortos. Ele
desafiou, inclusive, os judeus incrédulos: "Crede nas obras; para que
possais saber e compreender que o Pai está em mim, e eu. estou no Pai" (Jo
10.38).
2. Maravilhoso na morte - No Calvário, a natureza
manifestou-se, ao rodear Jesus de extraordinárias maravilhas: terremotos,
tremores de terra, trevas sobre o mundo, o véu do templo partido e túmulos
abertos; acontecimentos pelos quais Deus dizia ao mundo que Jesus era o Messias
prometido. Não sabemos quantos judeus creram nele nessa hora, mas o centurião e
os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto e tudo o que se passava,
ficaram possuídos de grande temor, e disseram: "Verdadeiramente este era
Filho de Deus" (Mt 27.54).
3. Maravilhoso na sua Ressurreição. Sua Ressurreição
foi maravilhosa, pois representava a vitória sobre a sua morte e a de milhões
que creriam nele para a vida eterna. A prova de sua Ressurreição consistiu
nisto: terremoto e o anjo, o qual removeu a pedra que fechava o túmulo: "O
aspecto dele era como relâmpago e sua veste alva como a neve, deixando os
guardas espavoridos e como se estivessem mortos" (Mt 28.2-4).
VI - ESPERANÇA E REALIDADE
Na foz do Amazonas, dois navios se encontraram.
Veio de um deles o apelo: "Precisamos de água!" A resposta foi:
"Arriem os baldes!" Novamente: "Precisamos de água para
beber!" A resposta foi a mesma: "Arriem os baldes!" Lançaram os
baldes e encontraram a água que desejavam. Os tripulantes do navio perdido
estavam na maior fonte de água potável do mundo, e não sabiam.
O Messias que Israel esperava veio ao mundo há
quase dois mil anos; porém, muitos deles não sabem disso.
1. O testemunho das Escrituras - "Veio para o
que era seu, e os seus não o receberam" (Jo 1.11). Paulo, ao pregar em
Antioquia, afirmou: "Varões israelitas...conforme a promessa, trouxe Deus
a Israel o Salvador, que é Jesus" (At 13.16-23), como alusão ao Messias.
2. A revelação do próprio Messias. Quando Jesus pregou à mulher
samaritana, ela respondeu: "Eu sei que há de vir o Messias, chamado
Cristo; quando ele vier nos anunciará todas as coisas. Disse-lhe Jesus: Eu o
sou, eu que falo contigo" (Jo 4.25,26). Ao ouvir isto, a mulher correu à
sua aldeia, e anunciou: "Vinde comigo, e vede um homem que me disse tudo
quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?!" (Jo 4.29).
ENSINAMENTOS PRÁTICOS
1. Os judeus ainda esperam um Messias
guerreiro, para livrá-los das mãos dos seus opressores, por não entenderem
Isaías 53. No entanto, o que virá em breve, é o falso e fará com eles um pacto
de sete anos. Mas este acordo será desfeito e os judeus muito sofrerão em suas
mãos.
2. O falso Messias é o Anticristo, o
qual só se manifestará ao mundo após o arrebatamento da Igreja. Ele é um
inimigo declarado de Cristo, pois é proveniente de satanás, e tudo fará para
desfazer as coisas e o nome de Deus. Após perseguir os crentes despreparados,
que não foram arrebatados, voltar-se-á contra os judeus para destruí-los.
3. No final da grande tribulação, os
judeus, ao perceberem que foram enganados por satanás, clamarão pelo Messias
prometido e, então, verão Jesus, com poder e glória, voltar com a Sua Igreja
para estabelecer o governo milenar (Apc 1.7). O diabo será preso por mil anos e
o Anticristo e o falso profeta serão lançados vivos no Lago de Fogo.
4. Deus não faz acepção de pessoas,
mas nos concedeu o livre arbítrio, a fim de escolhermos o que achamos melhor
para as nossas vidas. Os judeus, talvez por causa da presunção de seus líderes
religiosos, voluntariamente, rejeitaram o Messias, mas não
foram excluídos do plano da salvação. O Evangelho é
pregado para eles em todo mundo e muitos se convertem, e tornam-se uma bênção
na igreja.
5. Hoje, os judeus se convertem individualmente, mas
haverá a salvação nacional, no momento em que o Anticristo invadir Israel, com
o exército das nações. Na hora da maior aflição de suas vidas, Deus colocará
neles o espírito de súplica e clamarão pelo Messias prometido. Quando virem o
Rei dos reis descer em uma nuvem de glória, todos se converterão (Zc 12.10)
6. Jesus não é o Messias apenas dos judeus, mas
também, de todos os povos, como se expressa Ageu 2.7: - "E farei tremer
todas as nações, e virá o Desejado de todas as nações, e encherei esta casa de
glória, diz o Senhor dos Exércitos". Logo, a salvação é para toda a
humanidade.
Pastor Geraldo é editor do blog #ebd para todos!
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