terça-feira, 1 de maio de 2012

A Bíblia, o clássico dos clássicos (Parte II)

Pastor Claudionor de Andrade

Deus preparou e inspirou os artistas de sua Palavra
A Bíblia não foi escrita aleatoriamente. Redigida num período de mil e seiscentos anos por aproximadamente quarenta autores, mostra ela uma sublime e inexplicável unidade. Embora vivessem em épocas e lugares tão alongados e diferentes uns dos outros, os santos profetas e apóstolos foram inspirados a produzir uma obra mui harmônica e sobremodo lógica. Se um único autor dificilmente alcança semelhante unidade, o que diremos daqueles peregrinos do Senhor que, andejando os desertos da Terra Santa, errando pelos caminhos da Mesopotamia, velejando o Mediterrâneo e já internando-se na férrea e inclemente Roma, lograram obtê-la?

Os escritores sacros foram singular e sobrenaturalmente vocacionados para fazer, das Sagradas Escrituras, a mais sublime literatura: “Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas”, Mt 23.34. Numa primeira instância, referia-se o Cristo aos autores do Novo Testamento e àqueles abnegados servos de Deus que, deixando Jerusalém, levaram o Evangelho até aos confins da terra. Referia-se, de igual modo, aos arcanos do Senhor que, intimados pelo Espírito Santo, registraram toda a revelação divina, a fim de que, hoje, tivéssemos acesso à História da Salvação.

Ainda que não fizessem literatura pela literatura, jamais deixaram de fazer literatura. Mas, escrevendo, produziram eles, sempre assistidos pelo Espírito Santo, a literatura mais alta e bela, conforme ressalta o poeta sacro: “O meu coração ferve com palavras boas; falo do que tenho feito no tocante ao rei; a minha língua é a pena de um destro escritor”, Sl 45.1.
Perfeição literária
Salmodiando a Deus pelas infinitas perfeições de sua Lei, a lira de Davi não se contém: “A toda perfeição vi limite, mas o teu mandamento é amplíssimo”, Sl 119.96. A Bíblia não necessitou de um modelo; era o Santo Livro o seu próprio modelo de onde derivaram todos os modelos e gêneros literários. Afinal, onde ela haveria de buscar um modelo? Nos tabletes acádios? Nos indecifráveis hieroglíficos? Enquanto estes são preservados em museus e universidades, a Bíblia agasalha-se, peregrina que é, nas almas dos que a lêem.

As perfeições humanas são, como ressalta o salmista, limitadas; não os mandamentos de Deus; amplíssimos: desconhecem infinitudes e amplidões. Detendo-nos em Homero, certamente veremos as perfeições do gênio grego. Todavia, jamais deixaremos de observar a limitação de suas perfeições. As musas não deram a Vergílio a amplitude por ele desejada. Aliás, pouco faltou para que ele destruísse a Eneida de tão insatisfeito que se encontrava diante de sua obra.

Somente os que se detém a estudar as Escrituras podem aquilatar as infinitas e ilimitadas perfeições do Livro de Deus.
O estilo dos autores sagrados
Embora seja a Bíblia um livro divino, não deixa ela de ser uma obra humana. Quando Deus, através de seu Espírito Santo, inspirou os santos profetas e apóstolos a lhe registrarem os arcanos, levou em conta o estilo e a marca pessoal de cada um deles. Aliás, o próprio Deus ordena que seus hagiógrafos lancem mão de um estilo de homem para que pelo homem sejam eles ouvidos: “Disse-me também o Senhor: “Toma um grande volume e escreve nele em estilo de homem”, Is 8.1.

Se em Moisés temos a marca do legislador, em Amós deparamo-nos com o rústico boieiro. Já em Davi, descortinamos os salmos e os lamentos. E os cantares de Salomão? Passados já três mil anos, continuam a enaltecer o legítimo amor entre o homem e a sua amada. Isaías, chamado para ser profeta, acabaria por entretecer a poesia em seu alcandor. E as lamúrias de Jeremias e o clamor de Habacuque? No Testamento Novo, destaca-se Lucas como exímio escritor como escritor exímio eram Paulo e Mateus.

Se o estilo é, de fato, o homem, Deus falou nos mais variados estilos à humanidade, através da Bíblia, acerca de seu amor redentivo. Com precisão e clareza falou-nos, levando-nos à conversão em Cristo Jesus.
Fonte: CPADNEWS
Pastor Claudionor de Andrade é gerente de Publicações da CPAD, membro da Casa de Letras Emílio Conde, teólogo, conferencista, comentarista de Lições Bíblicas da CPAD, apresentador do programa radiofônico “O Som da Profecia” da Rádio CPAD FM 96.1 em João Pessoa (PB), e autor dos livros “As Verdades Centrais da Fé Cristã”, “Manual do Conselheiro Cristão”, “Teologia da Educação Cristã”, “Manual do Superintendente da Escola Dominical”, “Dicionário Teológico”, “As Disciplinas da Vida Cristã”, “Jeremias – O Profeta da Esperança”, “Geografia Bíblica”, “História de Jerusalém”, “Fundamentos Bíblicos de um Autêntico Avivamento”, “Merecem Confiança as Profecias?”, “Comentário Bíblico de Judas”, “Dicionário Bíblico das Profecias” e “Comentário Bíblico de Jó”, dentre outros títulos da CPAD. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Paz do Senhor prezado irmão,
Nós neste espaço não publicamos ofensas,calunias,etc.

Que Deus abençoe.