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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

A VERDADEIRA FÉ NÃO FAZ ACEPÇÃO DE PESSOAS



Por Geraldo Carneiro Filho

I – INTRODUÇÃO:
Em nossa cultura, é comum encontrarmos exemplos de acepção de pessoas em todas as áreas da sociedade. Que o Senhor nos ajude, de modo que, nasigrejas não haja distinção de pessoas pela condição econômica, social, de raça ou de sexo. Que aceitemos a todos como filhos de Deus, amados e salvos em Cristo Jesus.

II - A CONDENAÇÃO NA BÍBLIA:

(1) - O que é acepção de pessoas - É a preferência de pessoa ou pessoas, em atenção à classe, qualidade, títulos ouprivilégios. Este é o significado do termo, utilizado por Tiago.

(2) – Acepção d pessoas Antigo Testamento:

(2.1) - Poucas referências - Não há muitas referências sobre o tema no Antigo Testamento. Entretanto, os poucos textos que aludem ao assunto, nos indicam que Deus determinava ao Seu povo que seguisse o Seu exemplo, não fazendo acepção de pessoas.

(2.2) - Deus não faz acepção de pessoas- Quando Moisés, o grande líder de Israel, se despediu do povo, dentre as instruções transmitidas, consta a exortação à obediência, na qual o Senhor orientava o povo a temê-Lo, amando e servindo-O (Dt 10.12, 17).

(2.3) - Deus não quer a acepção de pessoa - Com todas essas qualidades divinas, Deus diz ao povo que não fazacepção de pessoas, indicando que assim deveriam proceder. Outros textos podem ser lidos como Jó 32.21 e 34.19.

(3) – Acepção de pessoas no Novo Testamento - Nesta parte da Bíblia há mais referências sobre a condenação à acepção de pessoas.

(3.1) - Com relação a raças ou nacionalidades - Deus não faz acepção de pessoas, não levando em conta a raça ou etnia, nação, povo, ou língua. Pedro, ao chegar à casa de Cornélio, iniciou a pregação, dizendo: "Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo" (At 10.34,35).


Israel rejeitou a salvação de Deus.
O Verbo Divino foi enviado (Jo 1.1,9,10), de modo que "...a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no seu nome" (Jo 1.12).

Não tem o mínimo sentido dizer que os negros, os africanos, foram pessoas escolhidas para serem rejeitadas por Deus, como queriam (e querem) alguns adeptos do apartheid, ou da discriminação racial e de cor. João viu "uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro..." (Ap 7.9).

(3.2) - Com relação à obediência - Deus "recompensará cada um segundo as suas obras", dando "vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, e honra e incorrupção" (Rm 2.6,7): dando, porém, "indignação e ira aos que são contenciosos e desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade" (Rm 2.8); e, ainda, dando "glória, porém, e honra e paz a qualquer que faz o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego" (Rm 2.10); "porque, para com Deus, não há acepção de pessoas" (Rm 2.11).

A escolha dos judeus foi apenas prioridade e não acepção de pessoas, como lemos cm Rm 2.10: "primeiramente ao judeu...". Na verdade, "Deus amou o mundo..." (Jo 3.16a), e não somente a Israel.

O que interessa para Deus é a aceitação de Sua Palavra, com obediência, em qualquer lugar do mundo.

(2.3) - Com relação à condição social – Tg 2.2-3 – Estes versos alertam para a discriminação entre pobres e ricos na igreja, tomando o exemplo de alguém que, chegando à congregação, com anel no dedo, vestidos preciosos, é chamado "para cima", enquanto o pobre é mandado ficar "lá embaixo".

Paulo, exortando aos senhores e patrões de Éfeso, quanto ao tratamento que deveriam dar aos servos, lhes ordenou, com a autoridade do Espírito Santo: "E vós, senhores, fazei o mesmo para comeles, deixando as ameaças, sabendo que o Senhor deles e vosso está no céu e que para com ele não há acepção de pessoas" (Ef 6.9).

Senhores e servos ou escravos dividiam a sociedade. Mas o evangelho levou a mensagem do respeito à dignidadehumana, como nenhuma outra filosofia o fez. Paulo, cm sua carta a Filemom, (Fm v.16) roga que o patrão, crente, receba o escravo fugitivo, mas convertido, não como escravo, mas como irmão em Cristo (Fm 15,16). Só um cristão poderia conceber esse comportamento.

Hoje, é importante que os patrões crentes tenham seus empregados (domésticos, funcionários, etc.) em respeito e honra, para testemunho do amor de Deus em seus corações.

(3.4)- Em relação à distinção por sexo - Ensinando sobre as mulheres no culto, Paulo diz que "...nem o varão é sem a mulher, nem a mulher, sem o varão, no Senhor. Porque, como a mulher provém do varão, assim também o varão provém da mulher, mas tudo vem de Deus" (l Co 11.11,12).

Em Gl 3.27,28, diz o apóstolo que entre os que foram revestidos de Cristo, "...não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus".

No Antigo Testamento, havia discriminação de sexo, não por orientação de Deus, mas pela influência da cultura oriental.

Entre os judeus, a mulher era considerada inferior na vida religiosa. Josefo, historiador judeu, diz que naquele tempo entre os judeus, "uma centena de mulheres não vale mais do que dois homens". Um rabino disse: "Eu te agradeço porque não nasci escravo, nem gentio, nem mulher". Machismo puro. Quão diferente é no Cristianismo. Jesus valorizou o trabalho feminino (ler Mt 27.55; Mc 15.41; Lc 8.2-3). Nas epístolas paulinas, temos mulheres em destaque (ver 2 Tm 1.5; Rm 16.1-17).

(3.5) - Com relação à salvação - Há igrejas que pregam que Deus predestinou pessoas para serem salvas e outras, para serem irremediavelmente perdidas.

O teólogo João Calvino ensinava que "é o decreto de Deus... para alguns é preordenada a vida eterna, e para outros, a condenação eterna".
Isso vai de encontro ao caráter de Deus, revelado na Bíblia, que diz, como vimos acima, que "... não faz acepção de pessoas" (cf. Dt 10.17; Jó 34.19; At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9, 25; l Pe 1.17).

Não faz sentido nascerem dois bebês, na maternidade, e um ter uma "etiqueta" de salvo e, outro, a "etiqueta" de perdido.
Cremos, sim, que Deus, em casos especiais, dentro de Sua soberania, escolhe pessoas com certos propósitos, como João Batista e Jeremias. Deus nos predestinou coletivamente como Igreja, e não individualmente, por acepção de pessoas (cf. Ef 1.11-13).

III - RAZÕES PARA NÃO SE FAZER ACEPÇÃO DE PESSOAS:

(1) - Toda a humanidade foi criada por Deus. Deus criou o ser humano, homem e mulher, à Sua imagem e semelhança (Gn 1.27). Ambos receberam a imagem divina, independente do sexo. Ambos perderam a glória de Deus com a queda, e não pela condição de ser homem ou mulher. Deus fez a Terra e criou nela o homem (Is 45.12). Ele não faz acepção de pessoas. Nós também não o devemos fazer.

(2) - Toda humanidade tem a origem comum em Adão e Eva. Paulo, em Atenas, discursando no Areópago, disse que Deus "...de um só fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra..." (At 17.26a). Por influência de condições genéticas, climáticas e de outra ordem, foram-se reunindo as raças, e sendo espalhadas pela Terra, mas todos vêm da mesma origem.

(3) - Em Cristo, todos somos um. O brasileiro, resultante da miscigenação do índio, do europeu e do negro; os asiáticos,de cor amarela; os japoneses, de olhos amendoados; os chineses de olhos apertados; os europeus, louros e de olhos azuis; os africanos de cor negra e dentes bem brancos, enfim, todos de qualquer raça, aparência ou cultura, quando salvos, são um em Cristo Jesus (Gl 3.28).

IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS:

A acepção de pessoas por condição social, econômica, familiar ou de outra ordem é comportamento incompatível com o caráter inclusivo do evangelho. Jesus veio trazer salvação, amor e paz para todos os que crêem, em qualquer nação, raça ou povo do mundo. Que Deus nos abençoe, não permitindo a discriminação de pessoas em nosso meio.

Para combater a acepção de pessoas, precisamos fazer três coisas: amar a todos igualmente (inclusive os não-crentes); tratar a todos com equidade e mostrar que os preconceitos são contrários a Deus.



FONTE DE PESQUISA E CONSULTA:
Lições Bíblicas CPAD – 1º TRIMESTRE DE 1999 – Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Fonte: Escola Bíblica Para Todos
Pregando o Evangelho dos Evangelhos!

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

A CELEBRAÇÃO DA PRIMEIRA PÁSCOA - Subsídio para Escola Bíblica Dominical



Para a lição 4 da EBD deste Domingo, recomendo aqui dois artigos.
 Artigo 1: A CELEBRAÇÃO DA PRIMEIRA PÁSCOA
Artigo 2: A CELEBRAÇÃO DA PRIMEIRA PÁSCOA 

As Igrejas de Cristo não comemoram páscoa. Não há por que fazê-lo. O Senhor Jesus, ao instituir a ceia para os Seus discípulos, substituiu a páscoa por aquela (santa ceia). As verdades contidas na páscoa, simbólica e provisoriamente, foram incorporadas definitivamente na ceia: O Cordeiro de Deus foi sacrificado na cruz, e Seu sangue resgatou do pecado e, agora, somos Seu povo. Na santa ceia, comemora-se o corpo de Cristo dado por nós e o Seu sangue por nós derramado, no qual temos a redenção. Nada de páscoa. Nós comemoramos nossa redenção pelo sangue do Cordeiro de Deus, na ceia do Senhor.

Boa Aula.

sábado, 17 de agosto de 2013

A ATUALIDADE DOS CONSELHOS PAULINOS- Lições Bíblicas EBD / CPAD - Lição 7 - 3º. Trimestre/2013- Geraldo Carneiro Filho




I - INTRODUÇÃO:

O diabo perturba a Igreja tanto através do erro quanto do pecado. Quando ele não consegue atrair os cristãos para o pecado, engana-os com falsas doutrinas.

II – O SOFRIMENTO:

O SOFRIMENTO É SENTIR DOR FÍSICA OU MORAL. É como uma situação temporária de desordem, originada pelo pecado. (Jó 10:1-2). Assim como a morte, o sofrimento iguala todos os homens; põe todos no mesmo nível, isto é, não poupa o rico, nem protege o pobre; não tem preferência pela cor, nem pergunta pela identidade.

O sofrimento não existia no Paraíso antes da queda do homem e não existirá na eternidade (Is 65:17-25; Apc 21:4)
O salmista fez uma declaração acerca do sofrimento, que põe em inferioridade os ímpios em confronto com os que amam a Deus (Sl 32:10) - Logo, o sofrimento vem para o justo e para o ímpio. Mas o justo que confia no Senhor, tem a misericórdia como bálsamo, tem a fé que alivia a dor, tem a esperança que abranda a aflição, tem o socorro e a proteção de Deus.

III - A ALEGRIA:

A ALEGRIA É TER CONTENTAMENTO, JÚBILO, PRAZER MORAL, SATISFAÇÃO, DELÍCIA, GOZO.
No Antigo Testamento, as palavras mais usadas para expressar ALEGRIA são: GOZO, RISO, SALTAR, SER ALEGRE, BRILHAR, ESTAR CONTENTE.

No Novo Testamento, as palavras mais usadas para expressar ALEGRIA são: GOZO, REGOZIJAR-SE.
Assim, do ponto de vista das Sagradas Escrituras, a alegria do crente independe das circunstâncias. Como dom de Deus e fruto do Espírito Santo, pode ser desfrutado sob as condições mais adversas, porquanto na vida do servo de Deus, a alegria manifesta-se até mesmo em meio às perseguições e fraquezas, pois a graça de Cristo faz-nos assentar nos lugares celestiais. (Mt 5:12; II Cor 12:9)

IV – A CIRCUNCISÃO:
Para os judeus, a circuncisão é um dos mais importantes de seus 613 mandamentos. Geralmente, é interpretada como sinal de pacto entre Deus e a nação de Israel, e, por conseguinte, indispensável como sinal característico de que alguém pertence a mesma (à nação de Israel) – Ler Gn 17:10-14; Ex 12:44-49.

O pacto com Abraão prometia a inauguração de uma nova nação, uma nação santa, para a qual Deus pudesse revelar os seus caminhos e, através da qual, pudesse enviar o seu Messias ou Ungido. Esse propósito divino só poderia ser perfeitamente concretizado se essa nação viesse a participar da santidade de Deus e isso envolve a necessidade da remoção da natureza carnal (Gn 17:11), apontando para o propósito ético de Deus, separando a nação israelita para Si mesmo.

No Antigo Testamento a circuncisão era o sinal de que o israelita estava em relacionamento pactual com Deus (Gn 17.11). Simbolizava a remoção ou separação do pecado e de tudo quanto era ímpio.

Em seus ensinos, Paulo mostrou que a verdadeira circuncisão não é a externa, mas a que se pratica no coração; é uma obra do Espírito Santo no coração da pessoa, pela qual o pecado e o mal são cortados (Rm 2.25-29; Fp 3.3; Cl 2.11). Advém esta do verdadeiro arrependimento e da verdadeira fé nos desígnios de Deus.

Do exposto, o crente, segundo o concerto do Novo Testamento, passou por uma circuncisão espiritual, a saber: o despojar "do corpo da carne". Trata-se de um ato espiritual, mediante o qual Cristo remove nossa velha criação irregenerada e rebelde contra Deus, e nos comunica a vida espiritual ou ressurreta de Cristo (vv. 12,13); é uma circuncisão do coração (Dt 10.16; 30.6; Jr 4.4; 9.26; Rm 2.29).

V – CÃES; MAUS OBREIROS; E FALSA CIRCUNCISÃO:

Fp 3.2 – A maior provação de Paulo era a tristeza que sentia e experimentava por causa dos que distorciam o Evangelho de Cristo. Seu amor a Deus, à Igreja e à verdade redentora, era tão forte que o levou a opor-se energicamente àqueles que pervertiam a doutrina pura, e a descrevê-los como cães e maus obreiros.

A advertência não é contra três tipos de pessoas (por exemplo, pagãos, mestres cristãos egoístas e judeus), mas contra um tipo visto sob três ângulos: O CARÁTER (CÃES); CONDUTA (MAUS OBREIROS); e CREDO (FALSAS CIRCUNCISÕES).

Analisemos cada um deles, separadamente:

(A) - Seu caráter (cães) - De acordo com a lei mosaica o cão era um animal impuro (Dt. 23:18). Nas cidades orientais ele era um animal necrófago e geralmente doente – uma criatura desprezada, descarada e miserável.
O profeta Isaías trata de cães mudos aos falsos profetas (Is 56.10), ao qual parece referir-se o apóstolo.

O apóstolo Paulo os trata de mutiladores, porque rasgam a Igreja de Cristo e a despedaçam. A obra da religião não tem propósito algum se o coração não estiver nela; devemos adorar a Deus com a força e a graça do Espírito divino. Eles se regozijam em Cristo Jesus, não só no deleite e cumprimento externo. Nunca nos resguardaremos demasiadamente dos que se opõem à doutrina da salvação gratuita, ou abusam dela.

Paulo inverte este termo de desrespeito que há muito era aplicado pelos judeus aos gentios (Mt 15:27) e diz que são os cristãos que se deleitam junto à mesa do banquete espiritual, enquanto os judeus são aqueles que comem as “sobras das ordenanças carnais".

Os cães são ou os judaizantes extremistas ou os judeus que se opunham ao evangelho. Aproveitam-se de restos, de coisas imundas para se alimentarem.

É uma palavra de desprezo. Eram eles os párias do Oriente, que se alimentavam de restos das ruas. Paulo inferia que os judaizantes estavam colocados em plano oposto ao concerto e à graça, merecendo, portanto, o mesmo tratamento que eles davam aos gentios.

(B) - Conduta (maus obreiros) – São os falsos mestres; os que se aproveitam dos erros de alguns, e das tristezas de outros para dividirem as Igrejas; são os que ensinam doutrinas erradas, como a falsa circuncisão; são os que ensinam a guarda a Lei, os dias e reduzem a nada o significado do sacrifício de Cristo, que é em si suficiente para redimir o homem.

(C) - Credo (falsas circuncisões) – O verbo foi usado na LXX referindo-se às mutilações proibidas pela lei mosaica.
Com um amargo jogo de palavras, Paulo os chama de falsa circuncisão (katatome) em lugar de circuncisão (peritome). Eles são "aqueles que mutilam a carne". Deste modo, uma paródia de desprezo: amputação, não circuncisão.

“Katatome” implica em rito despojado de fé, símbolo vazio, apenas mutilação do corpo.
“Peritome”, ao contrário, significa uma circuncisão real de fé, como Fp 3.3 - os que servem a Deus e se gloriam em Jesus Cristo que é a única fonte da justiça. Os que fazem assim não põem sua confiança em sua própria justiça nem nas obras da carne.

CÃES, MAUS OBREIROS e OS DA FALSA CIRCUNCISÃO – Tenhamos muito cuidado com eles! Pentecostes neles! O melhor remédio para nos libertarmos deles é fazermos um curso bíblico, aproveitando as experiência de Paulo – Fp 3.8-21.

Leiamos ainda Rm 2.25-29; Gl 3.1-2; 4.21-31.

VI – OS FALSOS MESTRES:


DESCRIÇÃO - Mc 13.22 - O crente da atualidade precisa estar informado de que pode haver, nas igrejas, diversos obreiros corrompidos e distanciados da verdade, como os mestres da lei de Deus, nos dias de Jesus (Mt 24.11,24). Jesus adverte, aqui, que nem toda pessoa que professa a Cristo é um crente verdadeiro e que, hoje, nem todo escritor evangélico, missionário, pastor, evangelista, professor, diácono e outros obreiros são aquilo que dizem ser.

(1) - Esses obreiros "exteriormente pareceis justos aos homens" (Mt 23.28) - Aparecem "vesti­dos como ovelhas" (Mt 7.15). Podem até ter uma mensagem firmemente baseada na Palavra de Deus e expor altos padrões de retidão. Podem parecer sinceramente empenhados na obra de Deus e no seu reino, demonstrar grande interesse pela salvação dos perdidos e professar amor a todas as pessoas. Parecerão ser grandes ministros de Deus, líderes espirituais de renome, ungidos pelo Espírito Santo. Poderão realizar milagres, ter grande sucesso e multidões de seguidores (Mt 7.21-23; 24.11,24; 2 Cor 11.13-15).

(2) - Todavia, esses homens são semelhantes aos falsos profetas dos tempos antigos (Dt 13.3; l Rs 18.40; Ne 6.12; Jr 14.14; Os 4.15), e aos fariseus do N.T.. Longe das multidões, na sua vida em particular, os fariseus entregavam-se à "rapina e de iniquidade" (Mt 23.25), "cheios de ossos de mortos e de toda imundícia" (Mt 23.27), "cheios de hipocrisia e de iniquidade" (Mt 23.28). Sua vida na intimidade é marcada por cobiça carnal, imoralidade, adultério, ganância e satisfação dos seus desejos egoístas.

(3) - De duas maneiras, esses impostores conseguem uma posição de influência na igreja:

(3.1) - Alguns falsos mestres e pregadores iniciam seu ministério com sinceridade, veracidade, pure­za e genuína fé em Cristo. Mais tarde, por causa do seu orgulho e desejos imorais, sua dedica­ção pessoal e amor a Cristo desaparecem lentamente. Em decorrência disso, apartam-se do reino de Deus (l Co 6.9,10; Gl 5.19-21; Ef 5.5,6) e se tornam instrumentos de Satanás, disfar­çados em ministros da justiça (ver 2 Co 11.15).

(3.2) - Outros falsos mestres e pregadores nunca foram crentes verdadeiros. A serviço de Satanás, eles estão na igreja desde o início de suas atividades (Mt 13.24-28, 36-43). Satanás tira partido da sua habilidade e influência e promove o seu sucesso. A estratégia do inimigo é colocá-los em posições de influência para minarem a autêntica obra de Cristo. Se forem descobertos ou desmascarados, Satanás sabe que grandes danos ao evangelho advirão disso e que o nome de Cristo será menosprezado publicamente.

A PROVA - Quatorze vezes nos Evangelhos, Jesus advertiu os discípulos a se precaverem dos líderes enganadores (Mt 7.15; 16.6,11; 24.4,24; Mc 4.24; 8.15; 12.38-40; 13.5; Lc 12.1; 17.23; 20.46; 21.8). Noutros lugares, o crente é exortado a por à prova mestres, pregadores e dirigen­tes da igreja (l Ts 5.21; l Jo 4.1).
Seguem-se os passos para testar falsos mestres ou falsos profetas:

(1) - Discernir o caráter da pessoa - Ela tem uma vida de oração perseverante e manifesta uma devoção sincera e pura a Deus? Manifesta o fruto do Espírito (Gl 5.22,23), ama os pecadores (Jo 3.16), detesta o mal e ama a justiça (Hb l.9) e fala contra o pecado (Mt 23; Lc 3.18-20)?

(2) - Discernir os motivos da pessoa - O líder cristão verdadeiro procurará fazer quatro coisas:

(2.1) - Honrar a Cristo (2 Co 8.23; Fp 1.20);

(2.2) - Conduzir a igreja à santificação (At 26.18; l Co 6.18; 2 Co 6.16-18);

(2.3) - Salvar os perdidos (l Co 9.19-22); e

(2.4) - Proclamar e defender o evangelho de Cristo e dos seus apóstolos (Fp 1.16; Jd 3).

(3) - Observar os frutos da vida e da mensagem da pessoa. Os frutos dos falsos pregadores comumente consistem em seguidores que não obedecem a toda a Palavra de Deus (Mt 7.16).

(4) - Discernir até que ponto a pessoa se baseia nas Escrituras. Este é um ponto fundamental: Ela crê e ensina que os escritos originais do A.T. e do N.T. são plenamente inspirados por Deus, e que devemos observar todos os seus ensinos? (2 Jo 9-11). Caso contrário, podemos estar certos de que tal pessoa e sua mensagem não provêm de Deus.
(5) - Finalmente, verifique a integridade da pessoa quanto ao dinheiro do Senhor. Ela recusa grandes somas para si mesma, administra todos os assuntos financeiros com integridade e responsabilidade, e procura realizar a obra de Deus conforme os padrões do N.T. para obreiros cristãos? (l Tm 3.3; 6.9,10).

Apesar de tudo que o crente fiel venha a fazer para avaliar a vida e o trabalho de tais pessoas, não deixará de haver falsos mestres nas igrejas, os quais, com a ajuda de Satanás, ocultam-se até que Deus os desmascare e revele aquilo que realmente são.

VII – CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Nem sempre a Palavra de Deus agrada aos ouvintes. Por isso, tenhamos cuidado, pois um caminho rápido para a falsidade é pregar somente aquilo que agrada às pessoas.

Jo 7:14-18 - Ao examinarmos as credenciais de um verdadeiro mestre, temos de observar tanto o seu caráter como a sua mensagem, pois “DOUTRINA SADIA E VIDA SANTA SÃO OS SINAIS DOS VERDADEIROS PROFETAS”.

FONTES DE CONSULTA:


Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia – Editora e Distribuidora Candeia – R. N. Champlin e J. M. Bentes
A Bíblia de Estudo Pentecostal - Edições CPAD
A Bíblia Shedd - Edições Vida Nova
A Bíblia de Estudo Vida - Editora Vida
Dicionário Teológico - CPAD - Claudionor Corrêa de Andrade

Pastor Geraldo Carneiro Filho é pastor da Igreja Assembleia de Deus em Engenhoca, Niterói, RJ  e editor do blog EBDPT 

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A Fidelidade dos Obreiros do Senhor -Lições Bíblicas EBD / CPAD - Lição 6 - 3º. Trimestre/2013- Geraldo Carneiro Filho

Por Geraldo Carneiro Filho
Texto Aureo – Fp 2.19
Leitura Bíblica : Fp 2.19-29

I – INTRODUÇÃO:

Obreiros vêm e vão, mas a igreja do Senhor permanecerá para sempre, porque ela é obra de Deus e não de homens.


II – ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE EPAFRODITO:

(1) - Seu nome significa “AMOROSO” (derivado de Afrodite).

(2) - Cristão da cidade de Filipos, mencionado somente em Fp 2.25-30 e 4.18.

(3) - Foi enviado pela Igreja daquela Cidade para levar um donativo em apoio ao ministério de Paulo – Fp 2.25.

(4) - Deu total assistência ao apóstolo, suprindo para com ele o ministério pessoal dos outros irmãos filipenses que não poderiam ir pessoalmente até onde Paulo estava preso – Fp 2.30

(5) - Paulo testemunhou a respeito de Epafrodito, chamando-o de: Um irmão em Cristo; um irmão na obra; companheiro de luta na oração; um mensageiro (enviado) da Igreja; um servo – Fp 2.25;

(6) - Epafrodito teve uma experiência dolorosa no ministério, ficando mortalmente doente, porém, permaneceu fiel, obtendo sua cura pela compaixão de Deus – Fp 2.26-27, 30.

(7) - Por ser servo fiel, Paulo mostrou-o com respeito e cuidado – Fp 2.29-30.


III – ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE TIMÓTEO:

(1) - Converteu-se cedo ao Senhor – II Tm 3.15

(2) - SUA FAMÍLIA:

(2.1) - A casa de seus pais ficava em Listra (II Tm 1.5);

(2.2) - Sua mãe e avó eram crentes (II Tm 3.15) - Sua educação era segundo as Escrituras Sagradas.

(3) - SUA CONVERSÃO:

(3.1) - Certamente foi durante sua adolescência (At 14);

(3.2) - Paulo foi seu pai espiritual (I Cor 4.17; II Tm 1.2);

(3.3) - Paulo não somente o levou a Jesus (como Onésimo), mas também cuidou dele (II Tm 1.2-6).

(4) - SEU CARÁTER ERA NOBRE E GENUÍNO:

(4.1) - Timóteo estudava a Escritura (II Tm 3.15-17) – Estudiosos dedicados da Bíblia sempre são homens nobres, porque a Escritura santifica e purifica o leitor;

(4.2) – Timóteo era singular na sua conduta; não vivia para si mesmo, mas para os outros – Fp 2.19-22

(5) – SEU MINISTÉRIO:

(5.1) – Era muito estimado – At 16.2

(5.2) – Paulo chamou-o “filho”, um soldado, um atleta e o comparou com um lavrador – II Tm 2.3, 5-6

(5.3) – Timóteo servia como evangelista – II Tm 4.5

(5.4) – Foi ancião e mestre – I Tm 3

(5.5) – Foi aprovado no serviço do Senhor – Fp 2.20.22


IV - A DIVERSIDADE DE MINISTÉRIOS:

I Cor 4:1-2 - Os obreiros que trabalhavam na igreja de Corinto ilustram, em parte, os vários tipos de ministério que Deus pôs na sua Igreja, como está escrito em I Cor 12.28,29.

(1) - "Ministros de Cristo" - "Ministros", aqui, não é um termo geral para significar obreiros do Evangelho. Literalmente, o termo refere-se a um serviçal muito humilde, cujo trabalho naqueles tempos era muito pesado. Deus usa esse termo para realçar:

(A) - A humildade que deve assinalar todos os obreiros do Senhor;

(B) - A responsabilidade confiada por Deus ao obreiro, na execução da sua obra. A idéia aqui é o volume de trabalho.


(2) - "Despenseiro dos mistérios de Deus" - A idéia aqui é mais de qualidade no trabalho que se faz para Deus. O termo despenseiro alude a um administrador que, a serviço de seu senhor, cuida de sua casa, negócios, recursos, propriedades e pessoal. A tarefa desse despenseiro não era tanto manual (como a do caso anterior), mas principalmente mental. Deus também capacita obreiros para tais ministérios (I Cor 12:28b "governos", e Rm 12.8 "o que preside"). Há igrejas que possuem obreiros-administradores em excesso, mas poucos pastores para cuidar das ovelhas. Embora não constituam toda a obra de Deus, as ovelhas são a sua principal parte, porque são dotadas de almas viventes com um destino eterno (I Ts 5:12).


V – OBREIROS FIÉIS NA OBRA DO SENHOR NA CIDADE DE CORINTO:

Esses obreiros, bem como o seu trabalho, estão registrados na Bíblia para o nosso ensino concernente à Igreja, ao seu ministério e ao seu trabalho.

(1) - Paulo, o fundador da igreja local (l Co 3.6a, 10) - Como missionário, ele fundou a igreja em Corinto, permanecendo por 18 meses, dedicando-se ao ensino doutrinário (At 18.1, 11). A lição que temos aqui é a do obreiro que cuida, com absoluta prioridade, do ensino da Palavra de Deus na igreja. Paulo tinha muito o que fazer naquele lugar, mas sabia, pelo Espírito Santo, que o discipulado daqueles novos crentes era fundamental para a consolidação e avanço da obra de Deus.

(2) - Apolo (l Co 3.6 cf At 18:24-28) - Aqui está dito que Apolo "regou". Esse é um santo ministério - cuidar das plantinhas na casa do Senhor. Sem isso elas definharão. Vemos que Apolo cuidava também do discipulado dos novos cristãos.

(3) - Timóteo (l Co 4.17) - Esse foi outro obreiro que trabalhou em Corinto. Ele aprendera com o grande mestre que foi Paulo e relembrava os seus ensinos para aquela congregação. Reiterar, repetir e relembrar podem ser aspectos do ministério de determinado obreiro. Paulo coloca Timóteo em lugar de honra, revelando-nos até que ponto Timóteo merecia a confiança de Paulo.

(4) - Tito (2 Co 7.14,15) - Este também trabalhou em Corinto. Tinha personalidade forte, como se deduz de 2 Co 7.15 e Tt l.5. Ele muito colaborou no levantamento de fundos para a assistência social daquela época, na igreja (2 Co 8.6). Talvez por ser um obreiro enérgico, ele foi para Dalmácia (2 Tm 4.10). Apesar de os dálmatas serem de difícil diálogo, Tito certamente soube lidar com eles.

(5) - Silas (2 Co 1.19) - Trata-se do mesmo obreiro chamado Silvano noutras referências (Silvano é a forma latina de Silas). Era profeta do Senhor. Esses ministérios todos são necessários na obra de Deus.


VI - A EXCELÊNCIA DO MINISTÉRIO TEM QUE SER A GLÓRIA DE DEUS:

II Tm 2:15 - A segunda carta de Paulo a Timóteo é cheia de encorajamento e de orientação. Destacamos três e esperamos sejam úteis na vida de cada um de nós, servos do Senhor.

(1) – BUSQUEMOS A APROVAÇÃO DE DEUS - Muitos têm desenvolvido ministérios voltados para os holofotes, para serem vistos e reconhecidos. Porém, de que vale o reconhecimento dos homens sem a aprovação de Deus? De que vale o sucesso diante dos homens sendo fracassado diante de Deus? A grande verdade é que cedo ou tarde esses ministérios são abalados porque construídos sobre a areia. Quanto mais alto tentarmos subir pelas próprias forças e para o nosso próprio benefício, mais alto cairemos de lá. Mas, se for o Senhor que nos erguer, Ele nos sustentará. Peçamos poder do Espírito Santo a Deus na mesma proporção em que Ele nos der humildade.

(2) – TENHAMOS UMA VIDA SANTA - A grande tragédia do Cristianismo é que não há uma relação direta entre o número de crentes e o aumento da justiça, da honestidade, da santidade, da ética e da verdade. É triste ver que para muitos fora da igreja, templo é dinheiro, ministério é negócio, denominação é empreendimento. É triste ver que a palavra de um crente já não vale muito, que o título de pastor já não é símbolo de honestidade e verdade. Por isso, vivamos uma vida que não envergonhe a Igreja do Senhor, que não envergonhe o Evangelho de Cristo, que não escandalize os pequeninos (Jó 1:1, 8).

(3) – SEJAMOS PREGADORES HÁBEIS - Nos dias confusos em que vivemos, em que o diabo tenta confundir os fiéis com pessoas que imitam os dons do Espírito Santo de Deus; nesses dias em que a maneira do povo de Deus adorar está sendo imitada, mas misturada com idolatria; nesses dias em que as diferenças estão cada vez mais tênues... a pregação da Palavra de Deus há de fazer a diferença. Todos os grandes movimentos de reforma no meio do povo de Deus aconteceram com a redescoberta da Santa Palavra de Deus. Foi assim no tempo do rei Josias, foi assim no tempo de Esdras e Neemias.

O sentido de manejar a Palavra é o sentido de dar um corte apropriado, fazer sulcos retos na terra para ará-la, cortar uma estrada em linha reta. Para isso, duas coisas são necessárias: 

(A) – PROFUNDIDADE NA PALAVRA - Isso só se consegue com estudo e oração. É preciso ser guiado pelo Espírito Santo na compreensão da palavra. É preciso pedir ao Espírito Santo que seja o nosso guia na exploração das profundezas das minas das Escrituras, para que Ele nos mostre os veios por onde correm os tesouros preciosos, é preciso que Ele nos oriente para que na bateia só deixemos as pepitas verdadeiras e de grande valor; para que não sejamos iludidos por ouro de tolo.

(B) – SIMPLICIDADE NA MINISTRAÇÃO DA PALAVRA - É preciso proclamar a Palavra para que seja entendida e praticada. O sumo da nossa mensagem é Cristo, e este crucificado, dizia Paulo.

É verdade que na tentação o diabo usou a palavra tentando-a manipular; mas é verdade também que foi com a Palavra que Jesus desfez os argumentos de Satanás. A Filosofia, a Sociologia, a Antropologia, a Filologia são meros auxiliares; não substituem a Palavra de Deus.

O povo poderá se extasiar com erudição e conhecimento, com elaborados raciocínios de lógica, mas quando a Palavra é pregada em sua simplicidade e poder, o inferno treme, os demônios rugem e se enfurecem, os pecadores se arrependem e se convertem, e os céus se alegram com cântico de júbilo. Isso é que faz existir e sobressair a EXCELÊNCIA DO MINISTÉRIO - I Ts 2:4.


VII - CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Que a nossa fidelidade, que faz com que todos possam ver a GLÓRIA DE DEUS como excelência do ministério, seja deleite para o nosso Senhor e seja um assunto no céu.

"Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo" – Gl 6:14


FONTES DE CONSULTA:

Estudo Bíblico: “O Perigo da Vaidade No Ministério” - Pr. Elinaldo Renovato de
Lima - Publicado na Revista OBREIRO, nº 10, de março de 2000, pela CPAD

Estudo Bíblico: “Princípios Para Um Ministério Eficaz” – Rev. Kleber Nobre de Queiroz  
Mil Esboços Bíblicos – Editora Evangélica Esperança – Georg Brinke
Lições Bíblicas – CPAD – 4° Trimestre de 1997 – Comentarista: Antônio Gilberto
Pastor Geraldo Carneiro Filho é pastor da Igreja Assembleia de Deus em Engenhoca, Niterói, RJ  e editor do blog EBDPT 

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

As virtudes dos salvos em Cristo - Lições Bíblicas EBD / CPAD - Lição 5 - 3º. Trimestre/2013- Geraldo Carneiro Filho



Por Geraldo Carneiro Filho

Texto Áureo – Fp 2.13
Leitura Bíblica em Classe: Fp 2.12-18

I – INTRODUÇÃO:

Gn 3:15 – Tão logo quando entrou o pecado no mundo, a inocência se dissipou e o homem se tornou uma criatura culpada diante de Deus, o Senhor pronunciou estas palavras de graça e misericórdia a um mundo perdido.


II - SIGNIFICADOS DA PALAVRA “SALVAÇÃO”:

Saúde; ajuda; segurança; cura; recuperação; redenção; remédio; bem-estar; ser liberto; soltar; livrar; conceder vitória; estar seguro; vingar-se; preservar.

Inclui propiciação, reconciliação; regeneração, justificação, santificação e glorificação.

De modo geral, no Antigo Testamento, o vocábulo possui um forte significado religioso, pois era Jeová quem operava o livramento (Sl 68:19-20).

No Novo Testamento a idéia de salvação significa, basicamente:

(A) - Perdão dos pecados (Lc 7:50; I Cor 1:18; Ef 2:5-8);

(B) - Livramento do poder do pecado (Rm 6:14; Fp 1:19); e

(C) - A derrota de Satanás (Rm 13:11; I Jo 3:2).


III - ASPECTOS MARAVILHOSOS DA SALVAÇÃO:

(1) - A Salvação é grande (Hb 2:3) - Ela é grande porque procede de um Deus grande, destina-se a um grande pecador e há de durar por toda a grandeza da eternidade (Jo 5:24).

(2) - A salvação é perfeita (Hb 7:25a) - Ela resulta de um sacrifício perfeito e conduz o homem a um estado de perfeição espiritual.

(3) - A salvação é condicional (Hb 7:25b; Ef 2:8) - Unicamente pode ser experimentada pelos que se aproximam de Deus através de Cristo pela fé (Jo 14:6).

(4) - A salvação é graciosa (Tt 2:11) - Todo o seu preço foi totalmente pago quando Jesus se deu a Si mesmo no Calvário por nós

(5) - A salvação é urgente (II Cor 6:1-2) - Não deve haver qualquer tipo de procrastinação da parte do homem. Amanhã pode ser tarde demais.

(6) - A salvação é comum (Jd 3) - Esta palavra também se usa em Tt 1:4, significando “COMUM A TODOS”. Não existem privilegiados ou desfavorecidos na Igreja. A todos Deus estende o mesmo manto, a mesma graça, a mesma salvação.

(7) - A salvação é poderosa (Lc 1:69) - A salvação é poderosa em sua origem, sua natureza, sua extensão e seus efeitos. Quer dizer, é totalmente poderosa.


IV - A MENSAGEM DA CRUZ SE TORNOU ETERNA:

Ef 2:13, 16; Cl 1:20 – Como uma cruz aponta para várias direções: para cima, para baixo e para os lados. Assim a mensagem da vitória de Cristo que Ele ganhou na cruz, é dirigida para todos os lados:

(1) - A cruz aponta para baixo – Ela proclama a vitória de Jesus sobre o diabo; a cabeça da serpente foi ferida – Cl 2:14-15.

(2) - A cruz aponta para cima – É a mensagem de Deus dizendo que, agora, o mundo está reconciliado com Ele – Jo 19:30 cf II Cor 5:19.

(3) - Os braços da cruz estão abertos – Representam os braços do perdão de Deus que agora estão abertos para receber a todos – Jo 3:16 cf Is 1:18.


V - A ALEGRIA DA SALVAÇÃO E A NOVA VIDA EM CRISTO:

Leiamos Lc 15:22-24 - Deus, nosso Pai celestial, tem as mais ricas bênçãos para quem, arrependido, a Ele vem. São bênçãos espirituais e materiais. Vemo-las, figuradamente, no banquete da reconciliação registrada na Parábola do Filho Pródigo.

Vejamos o que o Pai do pródigo ordenou aos Seus servos, o que demonstra que Deus perdoa depressa e imediatamente o pecador:

- “TRAZEI DEPRESSA...”

(1) - “O MELHOR VESTIDO” – A referência é a vestes de festas. Simboliza a justiça e a justificação, bem como fala de posição, de dignidade, como participantes do banquete da salvação (Is 61:10; Apc 19:8).

(2) - “PONDE-LHE UM ANEL NA MÃO” – Não se trata dos anéis de hoje. Isso fala de autoridade (em nome do soberano): Mc 16:17-18; Lc 19:1; Gn 41:42; Et 8:2, 8; Ag 2:23.

(3) - “E ALPARCAS NOS PÉS” -  Isso fala: 

(3.1) - Da filiação, uma vez que escravos não usavam calçados; somente filhos;

(3.2) - Da armadura do soldado cristão (Ef 6:15; Ex 12:11); e

(3.3) - Que não estamos mais sob Lei, mas, sim, sob a graça de Deus. Sob a Lei, Deus ordenou retirar as sandálias (Ex 3:4-3; Js 5:13-15); sob a graça, Ele ordena colocá-las nos pés (Lc 15:22).

(4) - “O BEZERRO CEVADO” – Isso fala de alimento e oferta, visto que o boi era animal cerimonialmente limpo para consumo e para sacrifício.

(5) - “ALEGREMO-NOS” – É o gozo indizível da salvação e das bênçãos que a acompanham: O batismo com o Espírito Santo, os dons espirituais, a cura divina, o servir ao Senhor, a vitória nas lutas e provações, a perseverança na fé e a certeza da volta de Jesus.

Lc 15:24, 32 – Os termos “morto” e “perdido” revelam o efeito destruidor do pecado no corpo, na saúde, na moral, no conceito, nos costumes, na família, na alma e no espírito da pessoa. O pecado é uma doença espiritual que separa o homem de Deus, que o cega e o domina, transformando-o num escravo do mal. Tal homem a Bíblia descreve como morto em seus pecados (Ef 2:1; Cl 3:1; Apc 3:1; Pv 21:6; I Tm 5:6).

Não é somente em nossa alma que tem lugar o banquete da salvação quando um pecador se converte; há também regozijo no céu (Lc 15:7, 10).


VI - AS BÊNÇÃOS DA SALVAÇÃO:

(1) - Em Cristo Jesus não há nenhuma condenação - Rm 8:1;

(2) - Em Cristo Jesus a lei do Espírito de Vida me livrou da lei do pecado e da morte - Rm 8:2-4

(3) - Fomos redimidos, perdoados, justificados - Rm 3:24-25

(4) - Fomos reconciliados - II Cor 5:19-21

(5) - Fomos libertos - Cl 1:13

(6) - Fomos aceitos - Ef 1:6

(7) - Fomos glorificados - Rm 8:30

(8) - Somos cidadãos do céu - Fp 3:20

(9) - Somos membros de um sacerdócio santo e real e da família de Deus - I Pe 2:5, 9

(10) - Somos completos em Cristo - Cl 2:9-10

(11) - Possuímos toda espécie de bênção espiritual - Ef 1:3

(12) - Somos herdeiros do céu - I Pe 1:4

(13) - Estamos sob a graça de Deus - Rm 6:14

(14) - Somos habitados pelas Pessoas da Santíssima Trindade - Jo 14:23; I Cor 6:19; Gl 2:20


VII - O HOMEM SALVO POR CRISTO:

(1) - O QUE ELE ERA SEM CRISTO:

(1.1) - Cheio de maldade e pecado (Gn 6:5)

(1.2) - Uma fonte de tudo que há de mal (Mc 7:21-23; Mt 15:19; Jr 17:9)

(1.3) - Perdido e morto nos seus pecados (Ef 2:3-5)


(2) - O QUE ELE É COM CRISTO:

(2.1) - Uma nova criatura (II Cor 5:17; Ef 2:10; Gl 6:15)

(2.2) - Cheio de amor de Cristo (Rm 5:5)

(2.3) - Possui felicidade indescritível (Is 65:13-14; I Pe 1:6-7)


(3) - GRANDES SÃO SEUS PRIVILÉGIOS:

(3.1) - Serve ao Senhor (Jo 4:35-36)

(3.2) - É dirigido através do Espírito Santo (Sl 32:8; At 8:29; 10:19-20)


(4) - O QUE ESTÁ A SUA ESPERA:

(4.1) - Uma herança indescritível (I Pe 1:3-4)

(4.2) - Uma coroa (II Tm 4:7-8; I Pe 5:4; Tg 1:12; Apc 2:10)


VIII - CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Leiamos Sl 49:6-8, 15 - Deus pagou o resgate que o homem não pode pagar  - Sl 56:13

Deus propôs salvar o homem por meio de uma obra aparentemente fraca e pobre, mas de valor incalculável, pois custou o sangue precioso de Jesus (I Cor 1:21-25)


FONTES DE CONSULTA:

Lições Bíblicas - Ed. CPAD - 4º trimestre de 1982 - comentarista: Pastor Geziel Gomes

Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento - Edições Vida Nova - Autores: R. Laird Harris, Gleason L. Archer e Bruce K. Waltke.

O Deus Vivo E Verdadeiro - CPAD - Autor: Geziel Gomes

O Evangelho em Gênesis – Editora Leitor Cristão – Henry Law
Pastor Geraldo Carneiro Filho é pastor da Igreja Assembleia de Deus em Engenhoca, Niterói, RJ  e editor do blog EBDPT 

Pregando o Evangelho dos Evangelhos!