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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Confrontando os inimigos da cruz de Cristo- Lições Bíblicas EBD / CPAD - Lição 9 - 3º. Trimestre/2013


 Geraldo Carneiro Filho
I – INTRODUÇÃO:

As advertências do apóstolo Paulo devem ser levadas muito a sério pela Igreja do Senhor na atualidade, pois muitos continuam sendo inimigos da cruz de Cristo.

II – ALGUMAS DOUTRINAS GNÓSTICAS:

Gnosticismo (do Gr. Gnostikós = conhecimento) – Escola teológica que floresceu nos primórdios do Cristianismo. Contrariando as pregações dos apóstolos, seus adeptos diziam-se os únicos a possuírem um conhecimento perfeito de Deus.

Seu arcabouço doutrinário considerava a matéria (o corpo humano; a carne) irremediavelmente má.

Leiamos I Cor 6.12 – O apóstolo Paulo já havia enfrentado inimigos na Igreja de Corinto. Agora, em Filipos havia outro grupo que adotava a doutrina gnóstica – Fp 3.18-19.

Este grupo de falsos crentes afirmava, erroneamente, que a matéria (o corpo físico; a carne) é ruim. Desta forma, não havia nenhum problema em pecar através da “carne”, pois toda e qualquer coisa que fizessem com o corpo e através dele, não afetaria a alma.

Já o termo “ventre” (Fp 3.19), está no sentido figurado e representa os apetites carnais e sensuais. Os inimigos da cruz de Cristo viviam para satisfazer os prazeres da carne (glutonaria, bebedice, imoralidade sexual, etc), satisfazendo todos os desejos lascivos, pois acreditavam que tais atitudes meramente carnais, não afetariam a alma, nem o espírito. Porém, leiamos Gl 5.16-17.

Paulo sabia que aqueles falsos crentes não tinham qualquer escrúpulo, nem vergonha. Entregavam-se às degradações morais sem o menor pudor e, mesmo assim, queriam estar na Igreja como se nada tivessem feito de errado.

Em resumo: Os crentes gnósticos ensinavam que o mal era inerente ao corpo. Por isso, diziam que só se deve servir a Deus com o espírito. Afirmavam ainda que de nada aproveitava cuidar do corpo, pois este se perderá. Erroneamente acrescentavam que o interesse de Cristo é salvar apenas o espírito.

Os crentes gnósticos eram aqueles que viviam para as coisas terrenas. O apóstolo Paulo os trata como inimigos da cruz de Cristo, porque as atitudes deles invalidavam a obra expiatória do Senhor.

Leiamos Apc 2:12-17; 2:18-29 - Os balaamitas e os nicolaítas que ameaçaram a igreja em Pérgamo e os seguidores de Jezabel, na Igreja em Tiatira, eram, sem dúvida, representantes dos crentes gnósticos. Eram pessoas que aprenderam “as chamadas profundezas de Satanás”, crendo que podiam enganá-lo e participarem dos prazeres e concupiscências da carne, sem cometer pecado ou envolver a alma (I Jo 1:8).

Vejamos cada um dos ensinamentos daqueles personagens bíblicos:

II.1 - A DOUTRINA DE BALAÃO:

BALAÃO, O PROFETA MERCENÁRIO...:

(1) - Tinha contatos diretos com Deus - Nm 22:9, 20; 23:5, 16; 24:2;

(2) - Era famoso e possuía carisma - Nm 22:5-6;

(3) - Praticava encantamentos e agouros - Nm 22:7; 24:1;

(4) - Era habituado ao pecado e à avareza - II Pe 2:13-15; Nm 23:12, 16; 25:1; 31:16; Apc 2:12-17 - Por dinheiro, arrumou uma maneira de fazer o povo escolhido do Senhor pecar;  além de abençoar, revelou a senha do pecado, mostrando aos midianitas como derrotar Israel. Ou seja, de um lado, abençoou; do outro, deu conselhos de indução ao pecado. Logo, proferir palavras divinas e bíblicas não é sinal de espiritualidade. Ter trejeitos de profeta não implica em compromisso automático com Deus. Há muitos que se apresentam como porta-vozes do Senhor, sem terem vida exemplar. De um lado, são santos; do outro, profanos (Lv 10:8-11; Ez 22:26).

A doutrina de Balaão refere-se a mestres e pregadores corruptos que levam as congregações à transigência fatal com a imoralidade, o mundanismo e as falsas ideologias; tudo por amor à promoção pessoal ou vantagem financeira.

A doutrina de Balaão é o compromisso com o mundo. É a mistura das coisas santas com as profanas. É ter um pé na Igreja e outro no mundo. Com semelhante ensino, esse grupo de Pérgamo ameaçava destruir a Igreja. Um pouco de fermento leveda toda a massa. Um pequeno foco de pecado prejudica todo o corpo. O mal, pois, precisa ser eliminado.

Observemos, pois, os detalhes bíblicos abaixo:

(1) - II Pe 2:15 - “CAMINHO DE BALAÃO” - comercialização do dom profético ou, de maneira mais geral, o dinheiro e outras vantagens materiais exageradas, adquiridos mediante a comercialização da religião;

(2) - Jd 11 – “ERRO DE BALAÃO” - consiste na suposição de que Deus deve amaldiçoar o Seu povo, quando este pratica o que é errado. No entanto, Deus julga, mas não amaldiçoa os que são Seus - Hb 12:5; e

(3) - Apc 2:14 – “DOUTRINA DE BALAÃO” - é a corrupção de pessoas piedosas, levando-as a abandonarem sua atitude de santidade e a se degradarem na imoralidade e no mundanismo. Vemos, assim, que é possível corromper àqueles que não podem ser amaldiçoados (Nm 22:5, 22:5; 31:15-16).

II.2 – A DOUTRINA DOS NICOLAÍTAS:

A tradição conta que Nicolau foi um dos primeiros líderes da Igreja. Mas apostatando, começou a ensinar que o crente pode viver como quiser. Seu objetivo: achar um meio termo entre a vida cristã e os costumes da sociedade greco-romana.

Na realidade, os nicolaítas combinavam os ideais cristãos com a imoralidade e a idolatria. O resultado era uma heresia devastadora que ameaçava a existência da Igreja. Eles pervertiam a graça de Deus. Ensinavam que nenhuma lei moral de Jesus está vinculada ao cristão atual. Reafirmando a idolatria de Balaão, encorajavam os crentes a envolverem-se com todo tipo de perversão, podiam viver da maneira que bem entendessem, pois a graça cobre todas as coisas. Não há consequência para o pecado.

Em resumo, a doutrina de Balaão em conjunto com a dos Nicolaítas ensina o seguinte:

“Buscai primeiro o reino deste mundo e as coisas espirituais vos serão acrescentadas”. 


II.3 - JEZABEL, A MULHER QUE SE DIZIA PROFETISA:

Leiamos I Rs 16:21; 19:1-3; 21:1-15; Apc 2:18-29 - JEZABEL representa a idolatria e a perseguição aos santos; Tiatira tolerava o pecado, a iniquidade e o ensino antibíblico.

O marido de Jezabel era um presbítero ou diácono, ou ainda um proeminente homem de negócios. De qualquer forma, era ela quem dirigia a Igreja. Como agente do poder, puxava as cordas nos bastidores.

Usando sua influência como profetisa, desviava a muitos. Ela levava os incautos a se prostituírem e a comerem os sacrifícios da idolatria.

Sarcasticamente, Jesus diz que ela se autodenominava  profetisa. Ela mesma se intitulara porta-voz de Deus. Mas nem todo aquele que declara falar sobre Deus, fala por Deus. Através de seus ensinamentos, Jezabel encorajava aos seus seguidores a abraçarem a imoralidade e a idolatria.

Na Igreja, alguns costumam tolerar tais falsos ensinos por indiferença, medo de confronto, amizade pessoal ou pelo desejo de harmonia, autopromoção ou dinheiro. Deus excluirá tal Igreja, porque Ele condena o pecado da transigência com o erro e percebe a bem camuflada e oculta deterioração na Sua casa; Ele revela coisas ocultas (Hb 4:13).

A igreja não pode tolerar tais práticas. Precisamos desembainhar a espada de dois fios e removê-las do meio do arraial dos santos. A Bíblia não mudou e Deus também não (Ex 20:14; I Cor 6:16; I Ts 4:3; Hb 13:4; Ef 5:3).

III – ALGUMAS DESCRIÇÕES BÍBLICAS SOBRE OS CRENTES GNÓSTICOS:

Na carta de Paulo aos Colossenses encontramos algumas questões que foram tratadas a fim de combater o gnosticismo. Vejamos:

(A) - Tudo foi criação de DEUS - Cl 1:16;

(B) - Cristo como mais um intermediário e possuidor da plenitude de Deus. Cl 1:19; 2:9;

(C) - Adoração a anjos: Cl 2:18;

(D) - Vida ascética: Cl 2:21-23;

(E) - Cristo está acima dos supostos intermediários ou mediadores; Ele o único mediador - Cl 3:1.

Lemos também sobre o assunto gnosticismo no Livro de Judas. Vejamos:

Jd 3-19 - Judas estava preocupado com o fato de os cristãos poderem afastar-se da verdade por causa dos mestres enganadores de falsas doutrinas, ou seja, aqueles que, embora tendo negado a fé, ficaram ainda como membros da Igreja - Jd 4.

O tom da carta de Judas é polêmico, pois ele repreende os falsos mestres que enganam crentes instáveis e corrompem a mesa do Senhor.

Neste livro (de Judas), encontramos ainda algumas CARACTERÍSTICAS DOS FALSOS CRENTES:

(1) - Carne contaminada (prostituição) - Jd 7

(2) - Rejeitam à dominação (não aceitam governo na Igreja) - Jd 8

(3) - Não tem temor (pecam voluntariamente) - Jd 10

(4) - Tipificam três personagens perigosos do Antigo Testamento:

(4.1) - Caim (homicida);

(4.2) - Balaão (o que ensina a prostituição); e

(4.3) - Coré (rebelou-se contra a liderança e autoridade de Moisés) - Jd 11

(5) - Não gostam de pastor; Apascentam-se a si mesmos; São nuvens sem água (espiritualmente artificiais); São árvores murchas (não dão frutos) - Jd 12

(6) - Ondas bravias do mar que espumam suas próprias sujidades; Estrelas errantes - Jd 13

(7) - São murmuradores, descontentes, andam segundo as suas paixões; Suas bocas vivem propalando grandes arrogâncias e São oduladores dos outros, por motivos interesseiros - Jd 16

IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS:

I Pe 4:17 - As doutrinas de Balaão, Nicolau e Jezabel tiveram efeito devastador sobre a Igreja. Basta uma gota de veneno para contaminar toda a botija. Mas não devemos esquecer que o julgamento há de começar pela casa de Deus. Ser tolerantes com tais doutrinas, faz da Igreja cúmplice daqueles três personagens e seus falsos ensinamentos.

A Igreja de Cristo precisa expulsar o pecado, para que Jesus não a expulse de Sua presença. Se ela não disciplinar seus membros, o Senhor far-lhe-á guerra com a espada de dois gumes, lutará contra qualquer Igreja que tolerar a imoralidade e a idolatria. A mensagem é clara: Idolatria e imoralidade não serão toleradas, pois a Igreja de Cristo FOI, É e SEMPRE SERÁ SANTA!

FONTES DE CONSULTA:

1)       A Bíblia Responde - Escola Bíblica do Ar - Pastor David Gomes
2)       Através da Bíblia Livro Por Livro - Editora Vida - Myer Pearlman
3)       Sintetizando a Bíblia - CPAD - José Apolônio da Silva
4)       A Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
5)       O Futuro Glorioso do Planeta Terra – Editora Betânia – Arthur E. Bloomfield
6)       Comentário Bíblico Moody – vol. 5 – Charles F. Pfeiffer e Everett F. Harrison – Imprensa Batista Regular
7)       Comentário Bíblico Broadman – JUERP
8)       Dicionário Teológico – CPAD – Claudionor Corrêa de Andrade

Pastor Geraldo Carneiro Filho é pastor da Igreja Assembleia de Deus em Engenhoca, Niterói, RJ  e editor do blog EBDPT