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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Como Direcionar as Pessoas a Serem mais Bibliocêntricas e Cristocêntricas?


Por Pr. Josafá Vasconcelos
Pergunta: “Como direcionar as pessoas a serem mais bibliocêntricas em suas vidas, e, sendo assim, cristocêntricas, para que a base de suas vidas e práticas não seja meramente a busca de experiências, visões, profecias, etc.? Por atuar principalmente num meio onde tais manifestações são comuns, meu alvo é poder ver cristãos, mesmo congregando em igrejas que tenham tais práticas, a serem mais bíblicos e fiéis.” – Robson Alves de Lima, Navegantes – SC

Resposta:
Uma forma objetiva e direta de fazer com que a Igreja priorize as Escrituras é fazendo-a conhecer a doutrina da SUFICIÊNCIA DAS ESCRITURAS.

É preciso que a Igreja creia que a Bíblia é a Palavra infalível, inerrante, autoritativa e final de Deus! Que a ela nada se acrescentará em tempo algum, portanto não devemos seguir outra orientação porque só ela é: lampada para os pés e Luz para o caminho e também porque “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para repreensão, para correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja prefeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Tm 3:16,17). Só ela é a ÚNICA regra de Fé e Prática.

Dificilmente os crentes vão valorizar devidamente as Escrituras enquanto houver uma “competição” entre a Bíblia e os chamados dons de revelação. Não há “duas Palavras de Deus”! Os dons de revelação existiram e foram dados pelo Espírito Santo para a Igreja, num momento em que as Escrituras não estavam ainda completas, mas tendo chegado o conhecimento “perfeito”, o que era em parte foi aniquilado! (1 Cor. 13: 8-10; Hb 1:1). Só assim, haverá o devido apreço e amor pelas Escrituras na Igreja de Jesus Cristo.

Pr. Josafá Vasconcelos.

Fonte: http://www.blogfiel.com.br

domingo, 22 de abril de 2012

Por que você crê que a Bíblia é a Palavra de Deus?

Por Pastor Antonio Gilberto

A Bíblia é a Palavra de Deus (Parte I)

A inspiração, a origem e a perfeição das Sagradas Escrituras
 
O estudo de Bíblia tem por finalidade precípua o conhecimento de Deus. Isso é visto desde o primeiro versículo dela, do qual se nota que tudo tem o seu centro em Deus. Portanto, a causa motivante de ensinar a Bíblia aos outros deve ser a de levá-los a conhecer a Deus. Se chegarmos a conhecer a o Livro e falharmos em conhecer a Deus, erramos no nosso propósito e também o propósito de Deus por meio do seu Livro seria baldado.

O presente século é caracterizado por ceticismo, racionalismo, materialismo e outros “ismos” sem conta. A Bíblia, em meio a tais sistemas, sempre sofre grandes ameaças. Até há pouco tempo, a luta do Diabo visava a destruir o próprio Livro, mas vendo que não conseguia isso, mudou de tática e agora procura perverter a mensagem do Livro. Seitas e doutrinas falsas proliferam por toda a parte, coadjuvadas pelo fanatismo e ignorância prevalecentes em muitos lugares. Nossa crença na Bíblia deve ser convicta, sólida e fundamental; não deve ser jamais um eco ou reflexo de outros. Se alguém lhe perguntar “Por que você crê que a Bíblia é a Palavra de Deus?”, saberá você responder adequadamente? Muitos crentes têm a crença na Bíblia desde infância, através dos pais etc, mas nunca fizeram um estudo profundo e acurado para verificarem a realidade da origem divina da Bíblia, as quais evidenciam esse Livro como a Palavra de Deus.


A inspiração divina

O que diferencia a Bíblia de todos os demais livros do mundo é a sua inspiração divina (Jó 32.8; 2Tm 3.16 e 2Pe 1.21). É devido à inspiração divina que ela é chamada “a Palavra de Deus”. Que vem a ser “inspiração divina?” Para melhor compreensão, vejamos primeiro o que é inspiração.

No sentido fisiológico, é a inspiração do ar para dento dos pulmões. É pela inspiração do ar que temos fôlego para falar.  Daí o ditado “falar é fôlego”. Quando estamos falando, o ar é expelido dos pulmões: é o que chamamos de expiração. Pois bem, Deus, para falar a sua palavra aos escritores bíblicos, inspirou neles o seu Espírito. Portanto, inspiração divina é a influência sobrenatural do Espírito Santo como um sopro sobre os escritores da Bíblia, capacitando-os a receber e transmitir a mensagem divina sem mistura de erro.

A próxima Bíblia reivindicada a si a inspiração de Deus, pois a expressão “Assim diz o Senhor”, como carimbo de autenticidade divina, ocorre mais de 2,6 mil vezes nos seus 66 livros. Isso além de outras expressões equivalentes. Foi o Espírito de Deus que falou por meio dos escritores bíblicos (2Cr 20.14; 24.20; Ez 11.5). Deus mesmo dá testemunho da sua Palavra (Sl 78.1; Is 51.15-16 e Zc 7.9,12). Os escritores bíblicos, por sua vez, evidenciam ter inspiração divina (2Rs 17.13; Ne 9.30; Hb 1.1-2 e 2Pd 3.2).

Teorias falsas da inspiração

Quanto à inspiração da Bíblia, há várias teorias falsas que o estudante não deve ignorar. Umas são muito antigas, outras bem recentes. Em algumas delas, para maior confusão, a verdade vem junto com o erro, e muitos se deixam enganar. Vejamos as principais teorias falsas da inspiração da Bíblia.

1) A teoria da inspiração natural, humana – Essa teoria ensina que a Bíblia foi apenas escrita por homens dotados de gênio e força intelectual especiais, como Milton, Sócrates, Shakespeare, Camões, Rui Barbosa e inúmeros outros. Isso nega o sobrenatural. Os escritores da Bíblia reivindicam que era Deus quem falava através deles (2Sm 23.2 c/c At 1.16; Jr 1.9 c/c Ed 1.1; Ez 3.16-17; At 28.25 etc).

2) A teoria da inspiração divina comum – Ensina que a inspiração dos escritores da Bíblia é a mesma que hoje nos vem quando oramos, pregamos, cantamos, ensinamos, andamos em comunhão com Deus etc. Isso é errado, porque a inspiração comum que o Espírito nos condece admite gradação, isto é, o Espírito Santo pode conceder maior conhecimento e percepção espiritual ao crente à medida que este ore, se consagre e procure santificação, ao passo que a inspiração dos escritores da Bíblia não admite graus. O escritor era ou não era plenamente inspirado. Em segundo lugar, a inspiração comum pode ser permanente (1Jo 2.27), ao passo que a dos escritores da Bíblia era temporária. Centenas de vezes encontramos esta expressão dos profetas: “E veio a mim a Palavra do Senhor”, indicando o momento em que Deus os tomava para transmitir a sua mensagem.

3) A teoria da inspiração parcial – Ensina que algumas partes da Bíblia são inspiradas, e outras não; que a Bíblia não é a Palavra de Deus, mas apenas contém a Palavra de Deus. Se essa teoria fosse verdadeira, estaríamos em grande confusão, porque quem poderia dizer quais as partes inspiradas e quais as não-inspiradas? A própria Bíblia refuta essa teoria em 2Timóteo 3.16. Também em Marcos 7.13 o Senhor aplicou o termo “a Palavra de Deus” a todo o Antigo Testamento. Quanto ao Novo Testamento, podemos ver, por exemplo, João 16.12 e Apocalipse 22.18-19.

4) A teoria do ditado verbal – Ensina a inspiração da Bíblia só quanto às palavras, não deixando lugar para a atividade e estilo do escritor, o que é patente em cada livro. Lucas, por exemplo, fez cuidadosa investigação de fatos conhecidos (Lc 1.4). Essa falsa teoria faz dos escritores verdadeiras máquinas que escreveram sem qualquer noção de mente e raciocínio. Deus não falou pelos escritores como quem fala por um alto-falante. Deus usou as faculdades mentais deles.

5) A teoria da inspiração das idéias – Ensina que Deus inspirou as idéias da Bíblia, mas não as suas palavras; estas teriam ficado a cargo dos escritores. Ora, o que é “palavra”, na definição mais sumária, senão “a expressão do pensamento”? Tente agora mesmo o leitor formar uma idéia sem palavras... Impossível! Uma idéia ou pensamento inspirado só pode ser expresso por palavras inspiradas. Ninguém há que possa separar a palavra da idéia. A inspiração da Bíblia não foi somente “pensada”, mas também “falada”. Veja a palavra “falar” em 1Coríntios 2.13; Hebreus 1.1 e 2Pedro 1.21. Isto é, as palavras foram também inspiradas (Ap 22.19). De um modo muito maravilhoso, vemos a inspiração das palavras da Bíblia, não só no emprego da palavra exata, mas também na ordem em que elas são empregadas (no original, é claro). Apenas três exemplos: Jó 37.9 e 38.19 (a palavra precisa), e 1Coríntios 6.11 (ordem das palavras no seu emprego).

Na semana que vem, falaremos sobre a inspiração plenária e verbal, e acerca da diferença entre inspiração e revelação.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Nova tradução da Bíblia não usa o nome de “Jesus Cristo”: Críticos acreditam que há distorções no texto

 


Críticos acreditam que há distorções no texto
 
Nova tradução da Bíblia não usa o nome de “Jesus Cristo”
The Voice [A Voz], é uma nova tradução da Bíblia em inglês lançada mês passado pela editora Thomas Nelson Publishing. A idéia surgiu em janeiro de 2004, quando a Thomas Nelson reuniu-se com a Sociedade Bíblica Ecclesia. O projeto foi feito aos poucos, sendo que o Novo Testamento completo foi lançado em 2009. Agora ela chegou à sua versão final. 

Frank Couch, principal editor da Thomas Nelson explica que o propósito dessa nova tradução é fazer com que a mensagem do Evangelho seja mais fácil de ser entendida pelos leitores modernos.

“The Voice não pretende ser mais precisa do que qualquer outra tradução, mas apenas mais facilmente compreendida do que as traduções disponíveis hoje”, explica Couch. “Quando tradutores limitam-se a transmitir a essência completa de uma palavra do hebraico ou do grego com um termo em inglês, deparam-se com as dificuldades de revelar as nuances implícitas na língua original.”

Como a maioria das outras traduções trazem termos mais literais, Couch acredita que “tornou-se necessário que comentaristas e pregadores passem muito tempo explicando o que as palavras significam na língua original antes que o leitor leigo consiga compreender plenamente o texto da Escritura.”

Os estudiosos e autores que trabalharam nesta tradução dizem que sua intenção era ajudar os leitores a “ouvir a voz de Deus”. Essa é uma das razões pela opção de batizar a Bíblia de “A Voz”. O outro motivo é o texto que abre o Evangelho de João, onde Cristo é chamado de “Palavra” ou “Verbo”, mas nesta versão o termo usado é “Voz”.

“Uma das características dessa era da informação na igreja tem sido o seu foco no conhecimento bíblico. Muitas Bíblias atuais refletem isso, repletas de notas informativas, mapas e gráficos. Embora não haja nada de errado com ter um conhecimento profundo… uma ligação pessoal e um relacionamento profundo são muito melhor”, afirma o site hearthevoice.com criado para divulgar a nova Bíblia.

“The Voice está focada em ajudar os leitores a encontrar (ou reencontrar) esta conexão com o texto. As Escrituras não são apresentadas como um documento acadêmico, mas sim como uma história envolvente”.
Apesar de ser projeto de uma das maiores editoras cristãs do mundo, The Voice tem encontrado muitos críticos. O principal motivo é a opção de substituir “Jesus Cristo”, pelo termo “Jesus, o Ungido”. Também optou em omitir a palavra “anjo”. “Apóstolo” foi substituído por “emissário”. 

No site cristão “Life More Abundant,” há reclamações de que a opção da The Voice trazer alguns comentários no corpo do texto era preocupante. “Comentários no meio do texto gera um obscurecimento da linha entre a palavra inspirada e opinião humana”, escreveu Coralie.

O blog “Extreme Theology”, que é um site de apologética, declarou contundente que trata-se de “uma versão distorcida da Bíblia”. “Infelizmente, desde o lançamento da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas, das Testemunhas de Jeová, em 1950, não havia uma Bíblia publicada que distorcesse tão ostensivamente a Palavra de Deus, a fim de apoiar uma agenda teológica peculiar e aberrante”, diz um comentário no blog.

Traduzido e adaptado de Christian Post

Fonte: Gospel Prime

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Jesus, o tema Central da Bíblia


por Francisco Eduardo



Jesus é o tema central da Bíblia e isto é comprovado pelo próprio Jesus em:


Lucas 24:44- E disse-lhes: {São} estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e {nos} Profetas, e {nos} Salmos ,-


e João 5.39:Examinais {Examinais; ou Examinai} as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim.


Se olharmos com cuidado, a bíblia está preenchida de tipos, figuras, símbolos e profecias.


Jesus é o centro da bíblia, além da sua manifestação em todo o Novo Testamento.


Então eu apresentarei neste Estudo quem é Jesus de Génesis a Apocalipse:








Em Génesis, Ele é a semente da Mulher

Em Êxodo, é o nosso cordeiro Pascal

Em Levítico, é o nosso Sumo-sacerdote

Em Números, é a coluna de fogo e a nuvem de dia

Em Deuteronômio, é o Profeta no meio do Povo

Em Josué, é o Capitão do Exercito do Senhor

Em Juízes, é o nosso Juiz e libertador

Em Rute, é o nosso parente remidor

Em 1 Samuel, é o nosso profeta

Em 2 Samuel, é o nosso Sacerdote

Em 1Reis, é o nosso Rei Sábio

Em 2Reis, é o nosso Rei fiel

Em 1Cronicas, é o grande Monarca

Em 2Cronicas, é o Monarca que permanece

Em Esdras, é o grande Escriba

Em Neemias, é o nosso restaurador

Em Ester, é o nosso Escape da Morte

Em Jó, é o nosso Redentor que Vive

Em Salmos, é o nosso Pastor

Em Provérbios, é a Sabedoria Deus

Em Eclesiastes, é a nossa vida completa

Em Cantares de Salomão, é o Amado da nossa Alma

Em Isaías, é o Messias prometido

Em Jeremias, é o Renovo da Justiça

Em Lamentações, é Aquele que chora por nós

Em Ezequiel, é o Renovo Principal

Em Daniel, é o 4 homem na fornalha

Em Oséias, é o Marido fiel

Em Joel, é o nosso batizador

Em Amós, é o nosso lavrador

Em Obadias, é o nosso Salvador

Em Jonas, é Grande Missionário

Em Miquéias, Libertador Divino

Em Naum, o Juiz das nações

Em Habacuque, é o Deus da nossa Salvaçao

Em Sofonias, é o Senhor Zeloso

Em Ageu, é o Desejado das nações

Em Zacarias, é o Renovo da Justiça

Em Malaquias, é o Sol da justiça

Em Mateus, é o Rei dos Judeus

Em Marcos, é o servo de Deus

Em Lucas, é o Filho do Homem

Em João, é o Filho de Deus

Em Atos, é o Senhor Ressurreto

Em Romanos, é Aquele que nos faz mais do que vencedores

Em 1 Coríntios, é o Senhor das nossas vidas

Em 2 Coríntios, é o nosso conforto

Em Gálatas, é o Libertador do jugo da lei

Em Efésios, é aquele que cumpre tudo em todos

Em Filipenses, é o Modelo de Humildade

Em Colossenses, é Plenitude de Deus

Em 1 Tessalonicenses, é aquele que vem arrebatar a sua igreja

Em 2 Tessalonicenses , é aquele que vem julga os impios

Em 1Timóteo, é o único Mediador entre Deus e os homens

Em 2Timóteo, é o nosso Modelo

Em Tito, é o nosso exemplo

Em Filemon, é o nosso Senhor e Mestre

Em Hebreus, é o nosso intercessor junto ao Pai

Em Tiago, é o nosso modelo singular

Em 1 Pedro, é a pedra angular da nossa fé


Em 2 Pedro, é a nossa força


Em I João, é o nosso Advogado Junto ao Pai


Em 2 João, é a Verdade

Em 3 João, é o Caminho

Em Apocalipse, Jesus Cristo é o Rei dos reis e Senhor dos senhores




sábado, 17 de julho de 2010

A História da Bíblia



A Bíblia não é como muitos pensam um livro só, constando na realidade de numerosos livros, escritos em diversas épocas por vários autores.

Já pelo seu nome, percebe-se o que significa: os livros (de biblia, plural de biblion, diminutivo do grego biblos, o livro).

Fundamentalmente, ela se divide em: Velho Testamento ou coleção de livros escritos antes de Jesus; e Novo Testamento, composto dos livros que apareceram com o Cristianismo.

Os livros reconhecidos como sagrados, como inspirados diretamente por Deus, constituem o cânon do Velho e do Novo Testamento.

A primitiva literatura do povo hebreu era composta de cânticos, a forma pela qual esse povo, no principio nômade e pastoril, reverenciava seu Deus e transmitia seus feitos à posteridade.

Ao se compulsar a Bíblia, encontram-se esses cânticos esparsos em diversos pontos do Velho Testamento: Canção de José (Gén. XLIX); Canção de Moisés (Êxodo XV); Canção de Moisés (Deuteronômio XXXII e XXXIII); Canção de Débora (Juízes V); e outros (Números XXI, 14, 15, 27 a 30; 1 Samuel, II, 1 a 11; II Samuel, XXII; II Reis, 21 a 35), canções estas anteriores às narrativas de que fazem parte.

Com a fixação do povo hebreu na Palestina, foram se formando os livros que deveriam compor o seu livro sagrado. Mas, devido às continuas guerras e às muitas vicissitudes pelas quais passou o povo, os documentos originais perderam-se ou foram destruídos para não caírem em mãos inimigas.

Os escribas e doutores da lei eram forçados, então, a reconstituir, de memória ou com os escritos fragmentários, os primitivos livros.

O cativeiro da Babilônia, em 586 a.C., foi de enorme significação, porque dividiu o povo hebreu, destroçou toda sua organização e provocou a perda de todos os manuscritos sagrados até então existentes.

Coube a Estiras, no ano 458 a.C., reconstituí-los. Não está bem esclarecido se ele achou cópias escondidas ou se foi o próprio autor de todos os livros, inclusive o Pentateuco ou Torá, que muitos atribuem a Moisés.

Com efeito, segundo um manuscrito apócrifo considerado não canônico ou não fidedigno encontrado no ano 96 d.C. e denominado Livro VI de Esdras (Cap. XIV 37 48), tendo sido os documentos primitivos destruídos pelo fogo, Esdras os recompôs por inspiração divina. Ditou, então, em 40 dias, a 5 escribas, 94 livros, dos quais 24 constituíam o antigo cânon dos hebreus e os restantes 70, tidos depois como apócrifos, continham ensinamentos esotéricos.

Conforme se vê, a literatura religiosa hebraica consolidou-se ou reafirmou-se depois do cativeiro da Babilônia, o que é confirmado pela presença, até no Pentateuco, de trechos que reproduzem mitos caldeus.

Assim, os fragmentos do sacerdote babilônico Berósio (III a.C.) e milhares de documentos cuneiformes relatam que os homens foram criados da argila, mas que, por sua impiedade, foram afogados por um dilúvio do qual só escapou Utnapixtim, o Noé babilônico, que construiu uma arca e nela se encerrou com os seus. Após 7 dias, a arca parou numa montanha e Utnapixtim solta uma pomba e depois uma andorinha, que voltam, por não encontrarem onde pousar. Depois solta um corvo, que não volta. Utnapixtim sai, então, da arca e oferece um sacrifício aos deuses.

Sargão, filho de pai desconhecido, é abandonado em um cesto de caniço no Eufrates, por sua mãe, e depois encontrado por um camponês. Mais tarde torna se o senhor do país.

Os exegetas discutem sobre o verdadeiro autor ou autores dos livros do Velho Testamento. Com efeito, encontram se em muitos livros sinais evidentes de que foram escritos por mais de um autor, não só pela coexistência de relatos diferentes, como também de estilos dessemelhantes.

Assim, por exemplo, no Gênesis conta-se a criação de Adão e Eva de duas maneiras (versão jeovista e versão eloísta).

Assinalam-se, mesmo, quatro autores no Gênesis. O autor "J", assim chamado porque empregava a denominação Jeová para Deus, era do sul da Palestina e seus escritos parecem remontar a 1000 ou 900 anos a.C. Já o autor "E", que atribuia a Deus o nome Elohim, era do norte e deve ter escrito mais ou menos pela mesma época. O terceiro autor parece ter sido um profeta de Judá, que viveu em aproximadamente 722 a.C., chamado de "JE" porque juntou trechos de "J" e de "E" e adicionou outras narrativas. E, finalmente, há trechos mais recentes que constituem a versão "P", que devem ter sido obra de um corpo sacerdotal, após a destruição do templo.

Como se verifica, a controvérsia é grande. Uns atribuem o Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia) a Moisés, outros, a Esdras e outros, a diversos autores.

A análise dos manuscritos é delicada, porque muitos são freqüentemente discordantes, não havendo nenhum manuscrito original, pois todos se perderam, bem como as cópias de cópias mais antigas.

Assim, o Deuteronômio (o livro 5 do Pentateuco) foi encontrado somente no ano 622 a.C., no reinado de Josias ou de Manassés. Mesmo que tivesse sido atribuído a Moisés, é estranho que o capítulo XXXIV relate sua morte e seu enterramento.

Deuteronômio significa recapitulação da lei, ou a lei 2, fazendo ver que é uma reprodução ou atualização da antiga ou primitiva lei mosaica.

O Levítico (3° livro do Pentateuco) parece ter sido posterior ao exílio e a Ezequiel, depois do ano 358 a.C.

Os outros livros do Velho Testamento (Provérbios, Cânticos, Salmos) estavam completos pelo 4° ou 3° século a.C.

Os livros de Esdras e de Neemias foram obra de um só compilador e apareceram pelo ano 300 a.C.

Os livros dos Profetas (completos entre 250 e 200 a.C.) e os Hagiógrafa (completo entre 150 e 140 a.C.) parecem não ter sido feitos por Esdras.

Todos esses livros foram escritos originalmente em hebraico , com alguns trechos em aramaico (Daniel II, 4 a VII, 28; Esdras IV, 8 a VI, 18 e VII, 12 26; Jeremias X,11).

No Velho Testamento existem outros livros, muito mais recentes, escritos originalmente em grego e não em hebraico. Não foram, por isto, reconhecidos pelos hebreus ortodoxos como canônicos (sagrados, inspirados por Deus).

Os católicos incluem-nos em sua Bíblia, mas os protestantes repelem-nos. São os chamados deuterocanônicos, em número de 7: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico (não confundir com o Eclesiastes), Baruc com a Epístola de Jeremias, os dois livros dos Macabeus. Há também trechos deuterocanônicos no livro de Ester (X, 4 até XVI, 24, inclusive) e no Daniel (111, 2490; XIII, XIV).

Os livros canônicos dos hebreus ortodoxos eram em número de 24, assim divididos:
1 Torá, a Lei (O Pentateuco, dos gregos). São os cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronómio.

2 Nebhiím, os Profetas. Em número de 8, cujos primeiros: Josué, Juizes, Samuel, Reis (4 livros) e últimos: a) Maiores Isaias, Jeremias, Ezequiel (3 livros); b) Menores: os 12 profetas menores, enfeixados em um único livro.

3 Kêthubim, ou Hagiógrafa. Escritos sagrados em número de 8, sendo: Poéticos: Salmos, Provérbios, Jó (em número de 3); Megilloths ou rolos: Cântico dos Cânticos, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Ester (em número de 5).

4 Restantes, em número de 3: Daniel, Esdras com Neemias, Crônicas.


O Canon hebráico era contado ora com 24, ora com 22 livros (por causa das letras do alfabeto). Orígenes e São Jerônimo procuraram subdividir os livros de forma a darem um total de 27, para coincidir o número com mais cinco letras finais do alfabeto hebraico.

Modernamente conhecemos esses livros divididos em 39, pela distribuição do livro dos 12 profetas menores em 12 livros, pela separação do livro de Neemias, do de Esdras e pela subdivisão dos livros de Samuel, Reis e Crônicas, cada um em dois livros.

Toda a dificuldade na exegese bíblica está em que os manuscritos originais, inclusive os de Esdras, perderam-se.

Não existe nenhum manuscrito bíblico anterior ao século IV d.C. Convém ter em mente que, antes da invenção da imprensa, em fins do século XV, a Bíblia só existia sob forma de manuscrito. Ora, as cópias e cópias de cópias tiveram que passar pela compilação e pela reconstituição dos copistas.

Além de se tratar de manuscritos, sujeitos a desgaste, de leitura e reprodução difíceis, expostos a omissões, alterações, interpolações e até a falsificações, havia a extrema dificuldade de interpretação e tradução do hebráico.

Com efeito, os manuscritos hebraicos formavam um todo contínuo, sem capítulos e sem versículos. Somente no ano 1228, o cardeal Langton teve a idéia de subdividir a Bíblia (ainda manuscrita) em capítulos. E foi o editor Robert Stephen quem estabeleceu a divisão em versículos, no ano 1555.

Outra dificuldade enorme e insuperável naquele tempo é que a língua hebraica era composta apenas de consoantes e não havia pontuação. Além disto, não havia dicionário ou gramática, enfim, nada que orientasse a interpretação ou a significação de palavras ou frases. Em suma, o manuscrito hebraico era uma sucessão interminável de consoantes, sem pontuação, sem parágrafos, sem versículos, etc.

Assim, Yhvhthstsrcdmndknntm significa "Yaveh, tu procuraste-me e conheceste-me". Imagine-se o que não seria o trabalho de cópia e interpretação de um livro assim constituído!

A transmissão da versão tradicional se fazia à custa da memória extraordinariamente cultivada e desenvolvida dos doutores da lei, mesmo assim, exposta a interpretações ou intromissões indevidas no texto exato.

O cânon hebraico, tal como o conhecemos hoje, já existia no século II a.C. Por esta época, os hebreus, embora concentrados na Palestina, estavam espalhados pelo resto do mundo. Muitos, fugindo à rígida tradição ortodoxa, foram admitindo alguns preceitos dos gentios e mostravam-se muito liberais em matéria de religião. Eram os chamados hebreus helenizantes.

Por isto mesmo e pelo fato de a língua grega ser a língua internacional no século II a.C., Ptolomeu Filadelfo pediu aos hebreus de Alexandria que lhe fizessem a tradução grega dos livros religiosos hebraicos.

O sumo sacerdote Eleazar forneceu os documentos hebraicos e, segundo uma tradição meio histórica e meio lendária, reuniram-se 72 eruditos, seis de cada tribo de Israel, para fazerem aquele trabalho. Entre outras lendas, conta-se que terminaram todos a sua tarefa no mesmo momento, com um altissonante Amém e que foram tiradas 70 cópias da tradução.

Esta, à qual os hebreus helenizantes de Alexandria acrescentaram os deuterocanônicos, escritos em grego, é a famosa Septuaginta, ou Versão dos 70. Esta obra foi de grande significação, pois até essa época a leitura dos livros religiosos hebraicos estava reservada ao templo e às sinagogas. A partir daí, difundiu-se o conhecimento da Bíblia entre os não hebreus e mesmo entre os descendentes de Israel que, longe de sua pátria, estavam mais familiarizados com o grego do que com o hebraico . Entretanto, os hebreus ortodoxos repeliram-na, tanto mais que encontraram infidelidades na dificílima tradução.

Assim, diz Salomon Reinach que os 70 traduziram, em Isaías VII, 14, o hebraico "almah", por "virgem", quando a tradução exata seria"moça" ("pois por isso mesmo o Senhor vos dará este sinal: uma virgem conceberá e dará a luz a um filho e seu nome será Emanuel"). Pode-se avaliar a importância de tal mudança de tradução dessa frase profética, de profunda significação para o futuro cristianismo.

Aliás, erros desta natureza poderiam-se dar com relativa frequência e facilidade. Assim, por exemplo, a simples transposição de um sinal podia modificar todo o sentido de uma frase. Em Gênesis XLIX, 21, conforme a pontuação, pode se ler: "Neftali é um veado solto, que pronuncia formosas palavras", ou: "Neftali é uma árvore frondosa da qual brotam formosos ramos". Na tradução dos 70, foi a primeira frase a que prevaleceu.

Os originais e cópias da Septuaginta perderam-se. Hoje, conhecem-se perto de 4 mil manuscritos, dos quais os mais antigos remontam ao século IV d.C.

Os mais importantes e antigos são os conhecidos pelos nomes de: Manuscrito do Vaticano (Século IV d.C.); Manuscrito Sinaitico, de Tischendorf (Século IV d.C.); Manuscrito Alexandrino (Século V d.C.).

Os hebreus, não conformes com a tradução grega da Septuaginta, continuaram a transmitir os manuscritos do Templo. Mas os exegetas ortodoxos reconheciam, pelas dificuldades já expostas de tradução e de interpretação do texto hebraico, que era necessário compor um sistema de sinais que fizessem o papel das vogais e da acentuação e assim permitissem maior fidelidade ao verdadeiro texto.

No tempo de Jesus havia dois textos: o texto grego da Septuaginta e o texto hebraico ortodoxo, proveniente do texto primitivo de Esdras, certamente corrompido por omissões, interpolações, descuidos, erros de cópia, ele.

Parece que o texto hebraico era seguido por Jesus e seus apóstolos, enquanto São Paulo e os gentios conversos, que logo se tornaram dominantes, adotavam o texto da Septuaginta pelo fato de a língua grega ser mais difundida e acessível.

Os hebreus ortodoxos empreenderam o trabalho de sinalização dos manuscritos, que passaram a ser chamados textos ou manuscritos massoréticos, do nome massora (tradição).

Apesar de tantas precauções, afirmam os exegetas que, até o século II d. C., esses manuscritos sofreram, fora de qualquer dúvida, numerosas corrupções, o que se inferiu pela comparação com outros documentos antigos.

Somente pelo século IV é que se fixou a versão massorética, conhecida presentemente. Como os demais documentos, o texto hebráico massorético e suas cópias mais antigas perderam-se. O manuscrito massorético mais antigo hoje existente é o denominado Codex Babylonicus Petropolitantis, que data do ano 910.

Além da versão dos 70, há outras traduções gregas do texto hebraico: traduções de Áquila, de Teodósio e de Simaco, que datam do século II d.C. Embora não tivessem atingido à preeminência daquela, servem para estudo comparativo.

Na versão da Septuaginta existiam alguns livros que não foram reconhecidos canônicos: os livros III e IV dos macabeus, o Salmo CLI.

Circulavam também, nos primeiros tempos do Cristianismo, manuscritos religiosos que não foram incluídos na lista dos documentos canônicos: os livros III e IV de Esdras, o livro dos Jubileus, os Paralipômenos de Jeremias, o livro do martírio de Isaías, o livro de Enoc, etc.

Em resumo, o Velho Testamento é conhecido através de cópias, cujas mais antigas datam de muitos anos depois de Cristo, sendo umas gregas (provindas dos textos de Septuaginta) e outras hebraicas (provindas dos textos massoréticos). Não se conhecem cópias sem sinalização, derivadas do texto hebraico de Esdras.

Posteriormente, apareceram os textos latinos e outros que veremos adiante.

No texto grego da Septuaginta, o Cânon do Velho Testamento é dividido em 4 seções:
1 A Tora, a lei, ou seja, o Pentateuco, com os 5 primeiros livros. Modernamente, tende se a acrescentar a estes, o livro de Josué e a denominar o conjunto de Hexateuco.

2 Os livros históricos, de Josué até Crônicas, e mais outros, como Esdras, Neemias, Ester.

3 Os livros poéticos: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos cânticos,

4 Os livros Proféticos dos 4 Maiores: Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel e os dos 12 Menores.


O nome Velho Testamento vem do grego Palaiediatheké (palaie: velho, diatheké: pacto, aliança). Essa a denominação grega pela qual era mais conhecida em Alexandria, a Versão dos Setenta.

Mas diatheké também significa testamento e foi o nome preferentemente adotado por São Jerônimo, na versão da Vulgata, e o que prevaleceu até hoje.

Neste capítulo referimo-nos à antigüidade dos documentos bíblicos comumente conhecidos. Em 1947 foram descobertos às margens do Mar Morto rolos bíblicos que datam de antes de Cristo. Estes manuscritos bíblicos, em hebraico, grego, árabe e aramaico, são todos do Velho Testamento e ainda estão sendo objeto de estudos.

Há um palimpsesto em papiro, com uma lista de nomes e números em hebraico arcaico, chamado fenício, que data de cerca de 500 a 600 a.C. e é, provavelmente, o documento mais antigo do mundo.

Muitos manuscritos estão sendo decifrados por meio da fotografia pela luz infravermelha.

Não há dúvidas sobre a autenticidade e antigüidade desses documentos, cujo estudo poderá, talvez, provocar a revisão de muitos conceitos em torno da literatura do Velho Testamento.