domingo, 22 de abril de 2012

A Bíblia, o clássico dos clássicos

  Pastor Claudionor de Andrade

A Bíblia, o clássico (Parte I)

As Sagradas Escrituras são o clássico por excelência
Tinha catorze anos, quando meu pai presenteou-me com uma Bíblia. Aquela capa de couro dava-lhe uns ares solenes e medievais, trescalando uma daquelas bibliotecas da antiga Europa. Um cheiro de milenar cultura, que me constrangia a internar-me num mosteiro, onde os monges, cerimoniosa e santamente, iam copiando as Sagradas Escrituras quais escribas hebreus.


Visitando-me a noite, mergulhava eu naquela Bíblia de Almeida. Sua dicção encantou-me de imediato; não havia estilo mais sublime do que o falar de Moisés, a expressão de Isaías, a elegância de Paulo e a finura de Lucas. Tudo naquele português era alto e belo. Até hoje, ainda não sei por que a Academia Brasileira de Letras não incluiu a Bíblia de Almeida Revista e Atualizada entre os monumentos de nossa cultura.


O que faz da Bíblia um livro tão singular? Diante de semelhante indagação, responderia Thomas Watson: “Ainda que eu tivesse a língua dos anjos, mesmo assim não poderia expressar a excelência da Bíblia”. Ela é, por conseguinte, a mais alcandorada e augusta obra literária; não foi escrito ainda um livro que lhe fosse semelhante; é o clássico dos clássicos.
O clássico dos clássicos
Ressaltando a sublimidade da Bíblia, afirma o escritor francês Antoine Albalat: “Eu receio o homem que lê só um livro!” Se esse livro é a Bíblia, acrescenta Albalat, nele encontraremos inesgotáveis verdades e profundezas; nele também acharemos todos os gêneros literários.


Igualmente embevecido pelos donaires da Bíblia, o poeta inglês G. K. Chesterton destaca o livro de Jó como obra de ímpares belezas. Aliás, não apenas Jó, mas a Bíblia toda é uma fonte da mais refinada poesia e da mais apurada prosa. De suas páginas, flui a história do amor de Deus que, tendo como cenário, a terra dos filhos de Israel, universaliza-se na alma dos rebentos de Adão nas mais alongadas regiões do planeta.


Ao discorrer sobre as infinitudes da Bíblia, escreve Christiane Zschirnt: “Nenhum outro livro influenciou tanto a cultura e a história da Europa. Os conhecimentos que a Bíblia transmite são o maior substrato do mundo ocidental”. Depois de tecer outras considerações acerca da singularidades das Sagradas Escrituras, assevera Zschirnt: “A Bíblia é o livro do superlativo”.


Que outro livro é digno de tais honras e de semelhantes deferências e louvores? Aliás, a própria Bíblia reivindica ser um livro de ilimitados pendores literários; é a literatura por excelência.
A Bíblia como fonte literária
O verdadeiro literato é um pintor: multicolore as palavras como se estas tivessem os mais ricos matizes; é um escultor: de um discurso, aparentemente rude, vai ele dando forma e beleza a uma obra que se eterniza no mármore das letras sempre belas; é um ourives, cuja arte leva-o a cinzelar a embrutecida pepita até que esta se transforme numa jóia que haverá de ressaltar uma etérea formosura de uma simples página.


Aliás, o poeta Olavo Bilac afirmou que o escrever é o mais fino e exigente trabalho de ourivessaria. Se o fazer literatura é obra de ourives, foram os hagiógrafos os maiores artesãos que já teve a humanidade. Pois nas Sagradas Escrituras, encontramos os mais acabados e perfeitos modelos literários. Se história, eis as crônicas dos reis de Israel; se romance, os dramas de José; se poesia, os salmos; se filosofia, o livro de Jó; se, biografia, a vida, ministério e paixão de Nosso Senhor. Jóias compostas em dois belíssimos idiomas: o hebraico e o grego.  
Idiomas bíblicos
De tal maneira foram ambas as línguas trabalhadas pelos autores sagrados que até mesmo a simplicidade de alguns de seus trechos é sublime. Como diria Antonio Vieira, sua redação é claríssima e simples como as estrelas. O mais ilustre dos homens nela encontra orientação e conforto; conforto e orientação vai também o Espírito Santo infundindo ao indouto que, embora não saiba os nomes dos mais comuns dos astros, ouve o Pai Celeste mencionar-lhe o nome como se fora uma estrela que, eternamente, reluz quando ele abraça a fé em Cristo.

Não fossem o hebraico e o grego, usados para compor a Bíblia, certamente teriam eles desaparecido como aqueles falares bárbaros da Ásia, da África e da Europa: nasceram bárbaros e bárbaros morreram.

Por conseguinte, Deus não somente inspirou os santos profetas e apóstolos a registrarem os seus arcanos, como também deu-lhes dois idiomas que, passados já milhares de anos, continuam a ser carinhosamente estudados. O hebraico, usado em Israel, é mui similar ao que Abraão falava. Do koinê veio o grego moderno, que é razoavelmente compreendido pela Grécia do século 21. O que vem isto demonstrar? Que as perfeições literárias da Bíblia são de tal forma ilimitadas que até mesmo os idiomas que a compuseram foram divinamente preservados.


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